O agravamento da criminalidade e da violência tem ampliado os riscos (que já são altos) aos quais estão sujeitos os profissionais de segurança no Brasil, aumentando os índices de óbitos na profissão e de doenças ocupacionais das mais diversas naturezas.
Mais do que qualquer outro profissional, quem atua na segurança privada — e é permanentemente exposto a operações perigosas, roubos e violência física — precisa ter um planejamento financeiro sólido desde o início da carreira para evitar que qualquer contratempo individual comprometa o futuro de sua família inteira.
Se você trabalha com transporte de valores, segurança patrimonial ou demais formatos de vigilância, você está convidado a ler este post e refletir sobre o planejamento financeiro que você precisa realizar urgentemente. Vamos lá?
1. Busque um emprego de carteira assinada que garanta benefícios em caso de acidente
De acordo com estudos sobre precarização das relações de trabalho, a porcentagem de profissionais de vigilância e segurança privada terceirizados em 2016 era de 75,8%, o que, por si só, já impacta negativamente a remuneração. Para piorar, muitos desses profissionais não têm sequer registro em carteira.
A anotação em carteira regula a atuação do empregador de acordo com a legislação trabalhista, desde questões que afetam a qualidade de vida (como repouso semanal remunerado e férias anuais) a fatores puramente financeiros (como direito ao 1/3 de férias, 13º salário, FGTS e seguro-desemprego).
Estar legalmente vinculado ao seu empregador faz toda a diferença em um planejamento financeiro que garanta tranquilidade para exercer sua função e proteger sua família.
Para deixar mais clara a desvantagem dos profissionais de segurança que atuam sem carteira assinada, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada em 2018, revelou que o trabalhador sem registro ganha até 44% menos do que um empregado formal.
Entre 1/3 de férias, 13º salário, adicional de periculosidade, além da obrigatoriedade de pagamento do piso da categoria, a folga financeira entre os dois profissionais pode ser a diferença entre conseguir juntar dinheiro para investir e crescer patrimonialmente ou viver constantemente amarrado a dívidas.
2. Dê preferência para contratação direta em detrimento à terceirização
Ter carteira assinada faz diferença no salário dos profissionais de segurança privada — e, portanto, em sua capacidade de poupar. Entretanto, existe mais um fator problemático que deve ser observado na profissão: a precarização das relações de trabalho de vigilância provocada pela terceirização.
No processo de terceirização de serviços, uma organização transfere para outra as atividades consideradas secundárias, no intuito de reduzir custos e centralizar o máximo das atenções em seu negócio principal (core business).
Um banco, por exemplo, pode decidir terceirizar suas atividades de segurança, limpeza, RH e até sua contadoria/departamento jurídico, para manter o foco nos negócios bancários.
O problema é que, via de regra, as relações trabalhistas entre terceirizados e terceiras contratadas são frágeis e precárias. Não é incomum ver casos de empresas que contratam e oferecem vigilantes ao mercado e desaparecem dias após sua falência repentina, sem honrar seus passivos trabalhistas.
Há ainda outras situações frequentes, como demissões imotivadas, substituições constantes, assédio de gestores da empresa contratante e, principalmente, atrasos de salários e outros descumprimentos de obrigações financeiras que destroem qualquer planejamento financeiro.
Dessa forma, se você trabalha ou deseja trabalhar na área de segurança privada, mas, ao mesmo tempo, pensa em construir um futuro financeiro que permita até mesmo que você mude de ocupação nos próximos anos, é altamente recomendável dar preferência a contratações diretas em vez das terceirizações.
3. Busque oportunidades que visem ao crescimento no longo prazo
Alguns dados de medição de violência urbana impactam diretamente a atuação dos profissionais de segurança. Por exemplo:
• em 2016, o Brasil registrou o maior número de assassinatos da história, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública (foram 61.619 mortes violentas no país);
• apenas em São Paulo, o roubo de cargas aumentou 23% em 2017; no Rio de Janeiro, houve quebra de recorde de crimes nas rodovias.
• só em São Paulo, os ataques com explosivos a bancos e caixas eletrônicos cresceram 72% no 1º bimestre de 2018.
Em virtude da alta exposição dos vigilantes aos efeitos desses números, a maioria dos profissionais da área ingressa na carreira visando a uma promoção futura, como ascensão a um cargo de supervisão ou direção de planejamento de riscos. É isso que todo vigilante deve ter em mente.
Planejamento financeiro vai além de adquirir capacidade de juntar dinheiro no presente; envolve também pensar em um plano de carreira e criar novos caminhos para ampliar suas receitas em médio e longo prazos.
Assim, fazer um curso tecnólogo em Gestão de Segurança Privada, um MBA em Gestão de Segurança Empresarial, bem como cursos de aperfeiçoamento em gerenciamento de riscos, são exemplos de ações de aprimoramento acadêmico recomendadas aos que queiram permanecer na área, mas em posições mais estratégicas, menos operacionais e com maior retorno financeiro.
4. Faça um seguro de vida para profissionais de segurança
Segundo dados da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), 80% dos acidentes de trabalho ocorrem com terceirizados; de cada cinco mortes por acidente de trabalho, quatro são de terceirizados.
Além da precarização causada por essas relações terceirizadas, os profissionais de segurança também estão sujeitos aos riscos adicionais próprios da carreira, além de doenças ocupacionais decorrentes do estresse e da ansiedade que envolvem suas ocupações — o simples porte de arma pode ser fonte de disfunções emocionais.
Nesse contexto, os riscos de óbito, de lesões em confrontos e até de depressão — comuns a quem atua no abastecimento de caixas eletrônicos, por exemplo — não podem ser desprezados por quem segue carreira nas áreas de vigilância e segurança privada.
A grande questão é: caso algum desses incidentes ocorra, quem vai dar suporte a quem você mais ama? Se você ficar impedido de trabalhar pelos próximos 10 meses, quem dará apoio financeiro aos seus familiares? Indo mais longe: se a situação envolvesse falecimento, como seus filhos seriam amparados do ponto de vista monetário?
Já existe no mercado nacional um seguro de vida exclusivo para profissionais de segurança privada e vigilância. Com custo mensal baixo, o Seguro de Vida Profissional de Segurança assegura indenização aos beneficiários em caso de morte do segurado, bem como pagamento de benefício ao próprio contratante na ocorrência de sinistro que resulte em invalidez.
O seguro ainda inclui indenização em caso de diagnóstico de doenças graves e assistência para serviços diversos (encanador, eletricista, chaveiro, disponibilização de cadeiras de rodas e até orientação jurídica).
A contratação de um seguro de vida é, sem dúvida, a ação mais relevante em um planejamento financeiro de quem trabalha com proteção/vigilância patrimonial.
Você tem colegas profissionais de segurança em suas redes sociais? Então, compartilhe este conteúdo para conscientizá-los sobre a importância de pensar no futuro! Até a próxima!