A ideia de neutralizar riscos na proteção de pessoas ou serviços não vem da era do seguro 3.0. A história mostra que a civilização babilônica (XVIII ao VI a.C) já tinha acordos precários de reposição de camelos e, mais tarde, durante a Idade Média, os Contratos de Dinheiro e Risco Marítimo davam os primeiros sinais de uma organização securitária ainda rudimentar.
Proteger o fruto de seu trabalho, bem como de sua própria saúde e família, está no DNA do ser humano, que alicerçou nesse sistema de prevenção de riscos a base para seu desenvolvimento ao longo da história.
Das primeiras “sociedades de socorros mútuos”, ainda no século XVII, ao futurismo da sinistralidade calculada por Inteligência Artificial muita coisa mudou. O que não sofreu alterações foi a incerteza em relação ao futuro, fato que justifica o interesse das sociedades em ter tranquilidade financeira por meio dos seguros.
Neste artigo, você vai entender como a conectividade de um mundo globalizado e a crescente fusão de tecnologias físicas, biológicas e digitais estão mudando a forma de pensar o mercado de seguros no mundo. Acompanhe!
Seguro 3.0 e o impacto das novas tecnologias no mercado
Um breve histórico do seguro no Brasil
Embora as evoluções históricas sigam uma linha contínua, sem recortes bruscos, a literatura especializada divide o desenvolvimento securitário, para fins didáticos, em 3 fases (ou “ondas”), a desembocarem na era atual do seguro 3.0.
1ª onda
O primeiro registro de seguradoras que temos em nossa história apareceu com a chegada da família real portuguesa no Brasil, mais precisamente com a abertura da economia “às nações amigas”, no intuito de facilitar o comércio local.
Em 1850, com a promulgação do Código Comercial, foi feita a regulação do seguro marítimo, abrindo as portas para a criação de proteções em outros setores da economia — há registros, inclusive, de seguro de escravos.
Essa 1º onda dos seguros no Brasil é marcada pela organização do setor, ainda pouco focado em estatísticas e mais centralizado na mera reposição de bens. Vale lembrar que, nessa época, desembarcaram no país inúmeras seguradoras de capital inglês, onde o mercado securitário já estava bastante solidificado.
2ª onda
A 2ª fase do desenvolvimento dos seguros no Brasil coincide, em parte, com a passagem do século XX. Com o Decreto nº 4.270/1901, foi criada a Superintendência Geral dos Seguros, e o mercado passou a trabalhar pela primeira vez com base em estatísticas, deixando de lado o empirismo na definição de prêmios e cláusulas de coberturas.
Essa atuação matemática se intensificou a partir de 1939, com a fundação do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Com o desenvolvimento da microeletrônica, a partir da década de 1970, mainframes passaram a ser usados como reservatórios de informações, dando mais agilidade e eficiência a um setor até então baseado exclusivamente em montanhas de relatórios físicos atuariais. Essa fase é uma transição, um embrião do que viria a ser a digitalização do seguro 3.0 no século seguinte.
3ª onda
Chegamos ao século XXI com a revolução na gestão de dados proporcionada pela computação em nuvem. A transição da telefonia analógica para o 4G, aliada ao aumento colossal na capacidade de armazenamento e tratamento de dados, impulsionou a área de seguros para uma transformação sem precedentes em questões como cálculo de sinistralidade, análise do perfil do segurado, elaboração de serviços exclusivos e prevenção de riscos.
Imagine um carro com sensor integrado à seguradora, que indica os trajetos com menor chance de acidentes e, em caso de sinistro, remete automaticamente à empresa dados milimétricos sobre a colisão (como nível de deformação no para-choque)? Essa é a relação prática entre seguro e transformação digital no novo milênio.
O impacto da transformação digital no mercado de seguros
A era dos negócios digitais trouxe muitos instrumentos para otimizar o mercado de seguros. Algumas dessas novas tecnologias você confere abaixo.
Big Data na análise de comportamento
Na era do seguro 3.0, uma possível integração entre sistemas de seguradoras e redes hospitalares/operadoras de planos de saúde (com a devida autorização do cliente) abre margem para um minucioso trabalho com Big Data.
Com um oceano de dados médicos em mãos, é possível personalizar o prêmio do seguro, trocando valores padronizados (que prejudicam principalmente os mais idosos, no caso do seguro de vida) por preços mais justos.
Ao mesmo tempo, a melhor gestão de riscos fortalece o equilíbrio financeiro das seguradoras, dando solidez para que as empresas do setor trabalhem ainda mais com inovação e produtos exclusivos.
Internet das Coisas (IoT)
A tecnologia wearables (vestível) impactou também o segmento de seguro de pessoas, que inclui o seguro de vida. Na era do seguro 3.0, o uso de dispositivos como relógio, pulseiras e colares online acena com a possibilidade de monitorar a saúde dos segurados em tempo real e, com isso, oferecer seguros ainda mais baratos do que os já comercializados atualmente.
Essa sinergia já se estende também à dinâmica dos seguros residenciais. Imagine o quanto em patrimônio (dos segurados) e capital de giro (das seguradoras) pode ser preservado se microchips forem fixados na infraestrutura predial para tornar as edificações mais inteligentes, com tráfego de dados sobre temperatura interna, índices pluviométricos e quantidade de CO2 no ambiente?
A Internet das Coisas (IoT) redesenha a forma com que as seguradoras lidam com os clientes e, principalmente, com o risco a ser gerenciado.
Inteligência Artificial
O uso de robôs no atendimento ao cliente do seguro de vida é apenas uma face dessa tecnologia. Mas há ainda um horizonte ilimitado de possibilidades de uso da computação cognitiva, como na remessa de dicas personalizadas de prevenção (aos gadgets do segurado), análise automática de documentos e liberação eletrônica de pagamentos de menor valor.
A partir desses recursos, é possível ir adiante e pensar no oferecimento de serviços verdadeiramente disruptivos. Por que não ter seguro pré-pago? Ou que tal uma apólice em que você paga apenas o que usar?
Inovações como essas são consequências naturais do seguro 3.0, focado na entrega de produtos cada vez mais personalizados e alinhados à necessidade atual de cada cliente.
Digitalização de processos
A transformação digital no mercado de seguros não alcança apenas o produto final oferecido ao cliente. Os próprios processos internos dessas empresas são aprimorados com a digitalização completa no setor.
Como consequência, geração de propostas e compra de seguros totalmente pela internet são caminhos irreversíveis no segmento (nos moldes do que já ocorre hoje com o seguro viagem). A Mongeral Aegon, por exemplo, foi pioneira no oferecimento de seguro de vida online, iniciativa que abriu as portas para a formatação de outros produtos de proteção totalmente digitais.
Dessa forma, o uso de novas tecnologias, como telemetria para mapear o comportamento do segurado, blockchain para fortalecer a prevenção de fraudes e sentiment analysis para identificar o momento propício de oferecer um produto (previdência privada a quem acaba de ter um filho, por exemplo), torna o seguro cada vez mais interessante e, principalmente, mais barato ao consumidor.
A propósito, você já protegeu sua família com uma apólice de seguro de vida? Sabia que ele vai muito além da cobertura de morte e invalidez, cobrindo diárias em internação hospitalar, pagamento do capital segurado em caso de diagnóstico de doenças graves e até reembolso de custos com medicamentos?
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