Qual seu sonho? Topa me contar? | Mongeral Aegon
Publicado em: 19/05/20167 minsÚltima modificação em: 22/12/2022

Comportamento

Sonhos, desejos… realidade!

“Você tem um sonho? Já realizou? Ainda está planejando? Topa me contar? Mensagens inbox!” Com essas simples frases, comecei a busca […]

“Você tem um sonho? Já realizou? Ainda está planejando? Topa me contar? Mensagens inbox!” Com essas simples frases, comecei a busca por depoimentos de amigos e familiares pelo Facebook para me inspirar para esse texto. A primeira publicação foi do meu filho André, um jovem de 23 anos, cujo sonho é ter uma moto Harley Davidson! Sim, um sonho possível, mas que requer planejamento! Poucos minutos depois, recebi, inbox, a mensagem da menina Jhani, de 24 anos, que relatou-me seu sonho: queria se tornar uma atriz de sucesso!

Nessa busca, deparei-me com diversos outros sonhos: o da casa própria (ou da casa de praia ou montanha), de morar sozinho e/ou dividir o mesmo espaço com amigos, casar, realizar a festa de 15 anos da filha, de tirar um ano sabático, viajar, trocar de carro, entre muitos outros. Sim, para qualquer um desses sonhos, é preciso um bom planejamento financeiro. Até para levar uma vida mais simples, numa cidade menor ou mesmo no campo, é necessário uma boa organização prévia. Afinal, não é da noite para o dia que podemos largar tudo e recomeçar!

Mas foi na manhã seguinte, ao início desse trabalho, que parei para pensar melhor o significado da palavra “sonho”. Ao encontrar uma pessoa querida, fiz a ele a mesma pergunta: “Você tem um sonho? Quer me contar? Vou escrever sobre isso e busco histórias reais”. Com um doce sorriso entre os lábios, me disse: “Ah! Sonho, sonho eu não tenho, eu tenho desejos…” E assim começamos uma longa conversa sobre sonhos e desejos. Havia, singularmente, para mim, uma diferença entre essas palavras! Claro que seria necessário buscar o real significado delas, mas a vontade de descobrir seus desejos envolveu-me de tal maneira que me pus a ouvi-lo.

Como ia dizendo, realmente existem diferenças. O significado da palavra “sonho” é: “ato ou efeito de sonhar”; “conjunto de imagens, de pensamentos ou de fantasias que se apresentam à mente durante o sono”. Pensei: mas minha ideia não era escrever sobre aquilo que fantasiamos durante a noite, coisas do inconsciente, e sim, o que podíamos realizar durante o dia, com tempo, com planejamento! Continuando a pesquisa, encontrei uma citação de Freud e a clara explicação da psicanálise: “sonho é o espaço para realizar desejos inconscientes reprimidos”. Já o pesquisador James Allan Hobson considerou os sonhos como ”um mero subproduto da atividade cerebral noturna”. Ainda não era isso!

Fui então em busca do significado da palavra desejo, que quer dizer: “aspiração, querer, vontade”; “expectativa de possuir ou alcançar algo, enriquecer”. Pronto! Era isso, agora sim estava no caminho certo!

Conhecer Paris é sonho?

Antes mesmo de chegar até aqui, fiz a pergunta a mim mesma: qual era o meu sonho? Pensei por alguns minutos e a resposta não veio! Alguns projetos já realizados passaram pela minha cabeça, mas não conseguia me lembrar de algo que tivesse realmente o desejo de concretizar em um breve período de tempo. Como boa capricorniana, metódica e organizada, já adquiri meu apê, tenho a previdência privada há alguns anos e pago mensalmente meu GPS. Dividi tal angústia com minha melhor amiga e ela foi logo me mandando conhecer Paris, que se esse não fosse certamente o meu sonho, eu não era merecedora dessa viagem.

“Tá bom, não conheço Paris, sei que deve ser tudo lindo, maravilhoso, mas não era ainda essa resposta que queria encontrar”, disse.

Continuei minha busca interior e fui ler o relato da jovem de Terra Roxa (SP), cujo sonho já estava sonhado. Em seu depoimento, Jhani não vacilou: “Sempre quis ser atriz, desde os 6 anos de idade”. Ela conta que ouviu do pai certa vez: ‘Jhani, pra você ser atriz, tem que saber rir e chorar’. Aquelas palavras tiveram um poder tão grande na minha vida, que certa vez, comecei a chorar e meu pai, preocupado, perguntou o que tinha acontecido comigo. E eu disse: Nada, pai! E comecei a rir. Ele ficou muito bravo. E ainda falei: Agora sou atriz”.

A menina do interior, que já sabia o que queria ser quando crescesse antes mesmo dos colegas do terceiro ano, passou por maus bocados. Não teve o apoio da mãe e cursar a faculdade de radiologia foi sua única opção. Suportou a situação por dois longos anos, tendo, inclusive, trabalhado na área, até se decidir a largar tudo e partir em busca do seu verdadeiro sonho – ou seria desejo? -, que era fazer uma faculdade ou mesmo um curso de teatro que a capacitasse para a profissão. De malas prontas, mudou-se para Sorocaba (SP), onde começaria uma nova vida. Em seu depoimento, Jhani diz: “Recomecei tudo, longe dos meus pais e de toda a família. Sozinha, na verdade, eu e Deus”. E ela estava só começando.

O seu querer era tanto, que a jovem dividia seu tempo trabalhando numa rede de fast food – de onde garantia seu sustento -, com o curso de teatro gratuito, oferecido pela prefeitura de Sorocaba. Sua persistência a levou ao palco, tendo atuado, pela primeira vez, na peça “Natura Natureza”. Foi nesse momento em que ela relata ter tido a certeza que era exatamente isso que queria. E decidiu: “Tenho que ir para o Rio de Janeiro. E, sim, me mudei para o Rio”.

Que óbvio!

Lá foi a menina de Terra Roxa fazer as malas novamente, encher o peito de coragem, comprar passagem (só de ida) rumo ao seu grande sonho – ou seria desejo? Instalada na cidade que lhe parecia maravilhosa, bateu na porta do Projac! Quando li seu depoimento, pensei: “Ai, que óbvio!” E não é que ela teve sorte? Ganhou uma figuração e foi logo contracenar com quem? Marco Pigossi, o policial Dante (filho do Romero Rômulo/Alexandre Nero) de “A Regra do Jogo”, novela da TV Globo, que bateu bons índices de audiência. E a moça não desistiu; para mim, confidenciou: “eu amei, é isso que quero”. E lá vai ela em busca do seu grande sonho – ou seria desejo? -: “Recomeçar é comigo. Consegui um trabalho de babá para poder me manter no Rio e continuar estudando, focando no curso de teatro e também para poder pagar um bom fonoaudiólogo para melhorar a voz e perder o sotaque do interior de São Paulo. Quero fazer uma faculdade também”, conta ela, que em sua primeira participação em novela teve que pintar os cabelos de loiro, para voltar à morenice ao término do folhetim de João Emanuel Carneiro.

Sonhar, querer, desejar é isso: correr atrás, planejar, se organizar! A Jhani vai chegar lá porque ela quer, ela está buscando e não dá pinta que vai desistir. E nós aqui já vamos pedir-lhe um autógrafo, antes da fama, para contar no futuro!

E eu, continuo a me perguntar: qual é o meu sonho? Ou seria desejo?

Nota: Sobre a pesquisa no Facebook, tive apenas 12 curtidas até a entrega desse texto, mas recebi muitos depoimentos inbox, que, com certeza, renderão outras boas crônicas.

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