Dinheiro é um tema sempre complicado, principalmente em um cenário de crise econômica. A gente sempre acha que tem pouco e tira daqui, coloca ali, dá uma olhada nas contas e sempre tem a impressão de que é tão difícil organizar as finanças. Mas acredite, é possível.
Primeiro passo
O primeiro passo para organizar as finanças pessoais é saber como anda seu perfil financeiro. Diana Reis, coaching de finanças, explica que o modo mais fácil é entender o perfil de acordo com níveis.
“Existem três níveis na escada financeira: segurança financeira, independência financeira e liberdade financeira”, ensina.
O primeiro degrau é onde devemos começar e parece óbvio, mas não é. Se começar de cima, você dá um passo maior que as pernas e não consegue se sustentar. Já o perfil de segurança financeira é atingido quando o seu dinheiro consegue pagar as contas do mês.
Segundo passo
O segundo é o da independência financeira. Você só pode se considerar nesse degrau se já conquistou o primeiro. Independência financeira acontece quando é possível pagar um patrimônio com consciência, ou seja, sem pensar à noite, na hora de dormir, que ele foi comprado sem ter condições.
Terceiro passo
O terceiro e último é o da liberdade. Todo mundo quer chegar lá, não quer? Mas, para isso, é preciso ter dinheiro guardado ou investido. Você sabe quando chegou lá no dia em que quiser comprar algo e não precisar se planejar porque já tem uma reserva para isso.
É importante estar atento para não dar um passo maior do que as pernas e sair rolando escada abaixo. Você tem que estar consciente de onde sua perna alcança para não cair na tentação de levar uma vida que ainda não pode.
Conseguiu organizar as finanças e agora quer guardar dinheiro?
Nós não somos educados para poupar, investir ou pensar no dia de amanhã. Por isso, qualquer coisa que acontece no governo, na sua empresa ou na economia abala as finanças. “Não temos nenhuma base de educação financeira. A gente não pode simplesmente gastar o que ganha”, comenta. Diana divide a prosperidade financeira em pilares da riqueza em três categorias: renda principal, renda extra e renda passiva. São elas que sustentam a escada.
Renda principal é a renda vinda do trabalho, o que você ganha mensalmente. Renda extra é aquela que não é esperada, como a restituição do Imposto de Renda. E renda passiva é a aposentadoria, dinheiro de aluguel, herança, ou seja, a renda que entra sem esforço para ser recebida.
Para organizar suas finanças é necessário ter um panorama da renda recebida. E, para conseguir identificar isso, é preciso colocar tudo no papel, ou melhor, em uma planilha. Diana indica gastar bastante tempo no para preenchê-la da primeira vez e pouco tempo para mantê-la. Segundo ela, você deve conhecer suas finanças, mas nada disso adianta se não houver a iniciativa de partir para a ação.
“Não adianta preencher e não agir. A planilha de diagnóstico e conscientização é formada por: despesas obrigatórias fixas (aluguel, plano de saúde…), despesas obrigatórias variáveis (alimentação, luz, telefone…) – gastos que vem todo mês, mas nos quais você pode mexer e criar uma ação para economizar -, despesas não obrigatórias fixas (academia, por exemplo) e despesas não obrigatórias variáveis (como cinema, restaurante, salão de beleza)”, explica.
Baixe aqui a planilha de orçamento pessoal da Bovespa, indicada por ela.
Cabe ainda observar que o gasto com lazer não é um problema, mas do momento que existe um plano de ação, existe a necessidade de abrir mão de algo para alcançar um objetivo que, no caso, é economizar dinheiro. Isso quer dizer que não é necessário cortar todas as despesas relacionadas à entretenimento, basta ter inteligência financeira de que é preciso poupar conseguir atingir o tão desejado perfil da liberdade financeira.