Depois de um longo período em baixa, voltamos a ver a alta dos juros. Como a mudança dos parâmetros desse indicador não só reflete as condições atuais da economia, mas também traz impactos significativos, é importante compreender como ela afeta suas finanças.
Portanto, aqui vamos explicar tudo o que você precisa saber sobre a elevação da taxa de juros.
Incluindo os fatores que influenciam essa alteração, como sua vida financeira é atingida por isso e o que pode ser feito para reduzir os impactos desse cenário econômico. Boa leitura!
Que fatores levam a alta de juros?
Em linhas gerais, os juros são a remuneração paga a um investidor pelo dinheiro que ele deixa aplicado num investimento.
Do mesmo modo, os juros podem ser o “custo” do dinheiro a ser pago quando se faz um empréstimo.
Assim, ao arcar com os juros em uma operação do tipo, você está remunerando quem concedeu o crédito pelo tempo combinado.
Embora cada instituição financeira seja livre para trabalhar com os juros que achar conveniente, elas sempre levam em conta a taxa SELIC na hora de estabelecer o patamar cobrado.
A taxa SELIC é conhecida como a taxa de juros oficial da economia nacional. Ela é definida a cada 45 dias pelo Comitê de Política Monetária (COPOM), órgão do Banco Central responsável pela política econômica.
No jargão do “economês”, a taxa de juros é o principal instrumento de política monetária do Banco Central.
Dessa forma, os membros do COPOM analisam a conjuntura econômica e determinam qual a taxa de juros adequada para a situação do momento.
Dessa forma, quando a economia está em marcha lenta e a inflação está sob controle, a tendência é que os juros caiam.
Esse cenário foi predominante na economia brasileira até o começo de 2021, quando a SELIC atingiu mínimas históricas.
A partir de então, com a aceleração dos preços causados pela desorganização da economia nacional e pelos impactos da pandemia, o Banco Central mudou a trajetória e passou a fazer elevações constantes dos juros como forma de domar a inflação.
A lógica por trás disso é relativamente simples: com os juros mais altos, o custo de empréstimos, financiamentos, entre outros, fica maior.
Além disso, alguns investimentos se tornam mais atraentes. Com isso, o consumo perde força, trazendo os preços de volta para o normal.
Como a alta dos juros influencia na vida financeira das pessoas?
Na primeira reunião de 2022, o COPOM elevou os juros básicos da economia para 10,75%, o maior valor desde julho de 2017.
E com a resistência da inflação, a tendência é que novos aumentos aconteçam ao longo do ano. Por isso é importante entender quais os impactos disso na sua vida.
Financiamentos com juros mais altos
Como a SELIC serve de base para todas as operações no mercado, o primeiro impacto costuma ser a elevação das taxas cobradas para os financiamentos, empréstimos e até mesmo o rotativo do cartão de crédito.
Logo, nesse contexto, é importante refazer as contas para avaliar a viabilidade desse tipo de operação e redobrar o cuidado com os débitos em atraso, já que os juros maiores penalizam ainda mais quem tem pendências financeiras.
Diminuição na demanda
Outro reflexo dos juros lá no alto é a desaceleração da economia como um todo. Com isso, vários segmentos podem perceber uma diminuição na demanda por seus produtos e serviços.
Isso se dá principalmente pelo aumento na dificuldade de acesso ao crédito. Ao tornar mais caro esse tipo de operação, os juros mais altos fazem a roda da economia desacelerar.
Alterações nos investimentos
Muitos investimentos se tornam mais atrativos com o aumento dos juros. Ou seja, esse cenário pode ser interessante para quem tem dinheiro guardado e quer obter uma rentabilidade melhor.
Por que acompanhar a taxa de juros para investir?
Mas como esse cenário afeta os investimentos na prática? Na hora de escolher um ativo financeiro qualquer, você já deve ter percebido que muitos deles têm sua rentabilidade atrelada à SELIC. Nesses casos, o aumento na taxa de juros se reflete nos ganhos obtidos.
Isso acontece, por exemplo, com muitos dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto.
CDBs de bancos privados e letras de crédito agrícola ou imobiliário também costumam aparecer como opções de investimento atreladas à SELIC.
A própria caderneta de poupança tem sua regra de rentabilidade calculada a partir da SELIC.
Sempre que ela estiver acima de 8,5%, o retorno da poupança será fixado em 0,5% ao mês mais a TR.
Já quando os juros estiverem em patamar igual ou inferior a 8,5%, o retorno será de 70% da SELIC mais TR (a exceção para isso são os depósitos feitos antes de 2012).
Qual é a relação entre juros e seguros?
Em momentos de juros lá em cima, alguns tipos de seguro se tornam ainda mais vantajosos. É o caso, por exemplo, de seguros elementares, que protegem o patrimônio do segurado e podem ser uma ajuda valiosa em momentos de aperto, contribuindo bastante com o planejamento financeiro.
Os planos de previdência privada e os seguros resgatáveis também podem ser beneficiados. Com o ganho de rentabilidade em algumas aplicações, o retorno no longo prazo tende a ser maior, garantindo uma aposentadoria mais tranquila.
Como não ter impactos negativos com a alta de juros?
Seja como for, diante da trajetória de alta dos juros, é importante adotar algumas estratégias para evitar impactos negativos. Confira as principais abaixo.
Faça um planejamento
Mantenha seu plano financeiro atualizado de acordo com as novas condições da economia. Se for o caso, redefina metas.
Os juros podem encarecer financiamentos. Então, pode ser o caso de postergar essa opção na hora de comprar um imóvel ou trocar de carro.
Tenha uma reserva financeira
Fortaleça o montante reservado para cobrir imprevistos. Separe parte do seu orçamento, escolha uma boa aplicação financeira e utilize o dinheiro com sabedoria, principalmente para cobrir situações inesperadas do dia a dia.
Escolha bons investimentos
Se for possível, aproveite o momento para aprimorar sua carteira de investimentos, escolhendo aplicações que se beneficiam dos juros elevados. Todavia, não ignore seus objetivos financeiros e tome sempre cuidado com fraudes financeiras.
Não dá para ter certeza de quando a alta dos juros vai ter fim, mas com planejamento e organização é possível atravessar esse período sem maiores apertos, na expectativa de melhores condições para a economia no futuro.
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