Exemplo de plano de sucessão: conheça a história do escritor J.R.R. Tolkien - Blog MAG Seguros
Publicado em: 24/10/20248 minsÚltima modificação em: 04/10/2024

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Exemplo de plano de sucessão: conheça a história do escritor J.R.R. Tolkien

J.R.R. Tolkien assina um império literário, tendo O Senhor dos Anéis como uma de suas principais obras. Mas foi graças […]

Conheça o exemplo de plano de sucessão de J.R.R. Tolkien

J.R.R. Tolkien assina um império literário, tendo O Senhor dos Anéis como uma de suas principais obras. Mas foi graças ao seu exemplo de plano de sucessão que suas histórias ficaram conhecidas em todo o mundo.

Afinal, Tolkien faleceu antes de ver seus livros fazerem sucesso, irem para as telas de cinema e até inspirarem séries.

Contudo, a administração de um dos seus filhos se tornou um exemplo de plano de sucessão, uma vez que foi capaz de fazer com que o patrimônio da família se multiplicasse. Entenda melhor a seguir.

Conheça a história de J.R.R. Tolkien

Antes de entender por que plano de sucessão de Tolkien se tornou um exemplo, acompanhe um pouco sobre a sua história. Assim, é possível entender como um bom planejamento fez a diferença em toda a família.

John Ronald Reuel Tolkien nasceu em 3 de janeiro de 1892, em Bloemfontein, na África do Sul. Filho de Arthur Tolkien e Mabel Suffield, ele se mudou para a Inglaterra com a mãe e o irmão mais novo após a morte precoce do pai.

Sua infância foi marcada por tragédias, com a morte de sua mãe em 1904, quando ele tinha apenas 12 anos. Criado por um padre católico, Tolkien desenvolveu uma forte fé religiosa, que influenciaria tanto sua vida pessoal quanto suas obras.

Tolkien foi um estudante brilhante e logo se destacou em línguas e literatura. Ele frequentou a Universidade de Oxford, onde se formou em Literatura Inglesa e Anglo-Saxã.

Após servir na Primeira Guerra Mundial, em que perdeu vários amigos próximos, ele voltou à vida acadêmica. Então, tornou-se professor em Oxford, especializando-se em línguas antigas e mitologias medievais.

Sua habilidade em filologia (o estudo das línguas) e sua paixão pelas sagas nórdicas e anglo-saxônicas moldaram sua futura carreira como escritor.

“A história continua…”: formação familiar e a importância para Tolkien

Enquanto ainda jovem, Tolkien conheceu Edith Bratt, que se tornaria o grande amor de sua vida. Eles se casaram em 1916 e tiveram quatro filhos: John, Michael, Christopher e Priscilla.

A relação entre Tolkien e Edith foi profundamente influente, tanto na sua vida pessoal quanto na sua obra literária. Afinal, Edith foi a inspiração para personagens femininas icônicas, como Lúthien Tinúviel em O Silmarillion. Eles permaneceram casados por mais de cinco décadas, até a morte de Edith em 1971.

Tolkien era um pai dedicado, e muitas de suas histórias começaram como contos para entreter seus filhos.

Suas narrativas sobre hobbits, elfos e outras criaturas fantásticas ganharam vida inicialmente como histórias contadas em casa, antes de se transformarem em obras literárias que o mundo conheceria e adoraria.

“As duas torres da criatividade”: obras literárias que marcaram uma era

Exemplo de plano de sucessão de Tolkien

O primeiro grande sucesso de Tolkien foi O Hobbit, publicado em 1937. A obra foi escrita inicialmente como uma história infantil, mas logo atraiu leitores de todas as idades.

O sucesso de O Hobbit levou seus editores a pedirem uma sequência, e assim nasceu O Senhor dos Anéis, uma trilogia publicada entre 1954 e 1955, que se tornaria um dos pilares da literatura de fantasia moderna.

A trilogia, composta por A Sociedade do Anel, As Duas Torres e O Retorno do Rei, expandiu de forma colossal o universo fictício da Terra Média, introduzindo uma mitologia rica e complexa.

A obra teve grande inspiração das mitologias nórdicas, celtas e anglo-saxônicas, além de incorporar elementos de filosofia, fé e moralidade.

Tolkien também escreveu O Silmarillion, um compêndio de mitos e histórias que narra a criação do universo de Arda e eventos anteriores a O Hobbit e O Senhor dos Anéis, publicado postumamente por seu filho Christopher Tolkien em 1977.

“O fim da terceira era”: morte e exemplo de plano de sucessão

J.R.R. Tolkien faleceu em 2 de setembro de 1973, aos 81 anos. Ele viveu uma vida relativamente modesta como acadêmico, professor e escritor. Portanto, sem ter experimentado o imenso sucesso comercial que viria após sua morte.

No entanto, o legado literário que ele deixou continuou a prosperar, ganhando proporções globais nas décadas seguintes, graças ao exemplo de plano de sucessão.

Após sua morte, o controle sobre seu legado passou para as mãos de sua família, particularmente seu filho mais novo, Christopher Tolkien. Foi ele quem desempenhou um papel crucial na organização do espólio literário de seu pai.

“Guardião dos anéis”: sucessão e a organização do legado

Para se tornar um exemplo de plano de sucessão, foi necessário investir em organização. Como resultado, a família pode preservar e expandir um legado literário de forma eficaz e responsável.

Christopher Tolkien foi nomeado executor literário do pai, e ele assumiu a responsabilidade de editar, completar e publicar muitos dos manuscritos que J.R.R. Tolkien havia deixado inacabados.

Portanto, Christopher dedicou grande parte de sua vida à publicação de obras póstumas, como O Silmarillion, Contos Inacabados e a série The History of Middle-earth, que revelou ainda mais detalhes sobre o mundo de Arda e a Terra Média.

Além disso, ele foi rigoroso ao proteger a integridade artística da obra do pai, controlando de perto os direitos de adaptação e publicações.

“A estrela vespertina brilha outra vez”: a criação da Tolkien Estate

A Tolkien Estate é um ótimo exemplo de plano de sucessão. Afinal, a empresa tem o objetivo de administrar os direitos autorais e as obras literárias de J.R.R. Tolkien.

Sendo assim, a família, sob a liderança de Christopher, garantiu que os direitos das obras fossem protegidos. Além disso, negociaram licenças para adaptações, publicações e produtos derivados, como filmes, séries e jogos.

O primeiro grande movimento comercial veio com a venda dos direitos cinematográficos de O Senhor dos Anéis e O Hobbit, realizada por Tolkien ainda em vida.

Contudo, foi com as adaptações cinematográficas com direção de Peter Jackson (2001-2003 e 2012-2014) que o nome Tolkien se transformou em um fenômeno global.

Essas adaptações geraram bilhões de dólares em receita e elevaram as obras de Tolkien a um novo nível de popularidade.

Em 2017, a família negociou com a Amazon a venda dos direitos para a produção da série Os Anéis de Poder. Um acordo estimado em US$ 250 milhões. Isso consolidou a força da marca Tolkien no mercado global de entretenimento.

“Uma jornada de sucessão não tem fim”: benefícios desse exemplo de plano de sucessão

Exemplo de plano sucessão de Tolkien revela importância da organização

A organização da sucessão de Tolkien foi essencial para a preservação e crescimento de seu legado. O controle cuidadoso sobre os direitos e as obras garantiu que as adaptações fossem feitas com qualidade e fidelidade.

Além disso, a marca Tolkien se tornou sinônimo de qualidade literária e cultural, gerando impacto positivo tanto no mercado de entretenimento quanto na literatura global.

Sem falar que a administração eficiente do espólio literário de Tolkien mostrou o quão crucial é ter uma sucessão bem planejada.

Afinal, isso não apenas protege o legado de um criador, mas também maximiza o potencial de geração de receita de uma marca.

Com esse exemplo de plano de sucessão, vemos que a família Tolkien soube equilibrar o respeito pela visão artística de J.R.R. Tolkien com as oportunidades comerciais. Dessa forma, garantiram que seu nome continue a ser reverenciado no mundo inteiro.

“O retorno do rei: o legado vive”

J.R.R. Tolkien não apenas criou um universo literário vasto e imortal, mas também deixou uma herança que sua família soube preservar e expandir com maestria.

O exemplo de plano de sucessão organizado e a administração do legado Tolkien são um reflexo de como um negócio pode se perpetuar, garantindo tanto a integridade artística quanto o sucesso financeiro.

O impacto de sua obra e o valor de seu nome continuam a crescer, mostrando a importância de uma gestão cuidadosa e visionária.

João Cosme, da Blue3 Investimentos

João Cosme é sócio da Blue3 Investimentos e especialista em Proteção Financeira e Planejamento Sucessório.

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