Saber como funciona o rendimento da previdência privada é a melhor forma de entender os motivos que levam inúmeras pessoas a aderir a esse tipo de investimento.
Muitas vezes, é possível esclarecer as dúvidas rapidamente. No entanto, a fragmentação das informações acaba confundindo muita gente.
Quer se inteirar sobre o assunto? Então, você chegou ao artigo certo!
Continue lendo para entender como funciona o rendimento da previdência privada, passando por sua definição até a sua estrutura. Mostramos as vantagens em relação à poupança e outros pontos interessantes. Vamos lá!
Afinal, o que é e como funciona a previdência privada?
A previdência privada — também chamada de previdência complementar — é uma aposentadoria que não tem nenhum tipo de vínculo com o INSS.
Funciona como uma opção complementar à previdência pública, sendo adquirida pelo contratante de uma organização privada especializada (seguradora ou instituição bancária, por exemplo).
Mas isso não significa que a previdência privada não siga regras estabelecidas pelo poder público. Ela é regulamentada e fiscalizada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
A Susep é, basicamente, um órgão do governo federal dedicado a administrar esse tipo de investimento, entre outros.
Como funciona?
Ao aderir a um plano de previdência privada, você escolhe o valor e a periodicidade da contribuição que vai realizar. É possível, por exemplo, contribuir com R$ 1.200 uma única vez ao ano ou parcelar esse valor em mensalidades de R$ 100.
Vale lembrar que o rendimento da previdência privada será proporcional ao investimento. Assim, quanto maiores forem suas contribuições, maior vai ser o dinheiro recebido no futuro.
Então, quando começar a fazer uso da previdência privada, o titular do plano passa a receber conforme o valor que investiu.
Trocando em miúdos, isso significa que o valor acumulado no período de contribuição é somado aos rendimentos.
Além disso, você não precisa aguardar o fim do período de contribuição para resgatar seu dinheiro — e pode fazer isso quando quiser.
Porém, é preciso ficar de olho na cobrança de impostos que incidem sobre este investimento (falaremos melhor sobre isso mais adiante).
Como você pode perceber, os planos de previdência privada garantem uma liberdade muito maior ao usuário.
Contudo, cabe lembrar também que sua previdência privada não priva você do direito à aposentadoria pública, ok?
Ela funciona como um acréscimo para garantir a qualidade de vida — e, a depender do seu objetivo, é possível usar antes de você se aposentar pelo INSS.
Por que é importante entender o rendimento da previdência privada?
O rendimento da previdência privada é atrativo e seguro, em uma visão de futuro em que esses são, certamente, pontos importantes. Por isso, é cada vez maior o número de brasileiros que escolhem esse tipo de investimento.
Outro fator bastante relevante para as pessoas se interessarem pela previdência privada é a reforma previdenciária. Com ela, inúmeros trabalhadores estão cheios de dúvidas a respeito do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), e com razão. As regras mudaram, e elas são mesmo complexas.
Ninguém sabe ao certo como será sua aposentadoria daqui a alguns anos, já que o governo federal fez ajustes que dividem a opinião de especialistas em Economia e Direito Previdenciário — e que vêm causando polêmica na opinião pública.
Nesse cenário incerto, contar com um plano de previdência privada é fundamental para quem quer garantir uma aposentadoria mais tranquila. Ou até guardar dinheiro para resgatar num futuro próximo. Afinal, os rendimentos desse tipo de aplicação são bastante atraentes e seguros.
O que é um fundo de previdência privada?
Um plano previdenciário geralmente é constituído por um fundo de previdência. Como visto, este é um fundo de investimento normalmente a quem quer complementar a aposentadoria. Ou ainda garantir uma grande reserva financeira para o médio ou longo prazo.
Um fundo de previdência privada é amplamente conhecido por seu perfil conservador. Em outras palavras, ele tem menos riscos que outros tipos de investimentos encontrados no mercado.
Ao investir em um fundo de previdência privada, você tem a certeza de que a aplicação de todo o dinheiro é em produtos financeiros de qualidade. E mais: que a tem garantia do rendimento da previdência privada, pois os fundos trabalham sob regras estabelecidas pela legislação.
Isso é feito pelo gestor do fundo, que, depois, conforme a data previamente acordada em contrato, devolve os valores com correção. Contudo, isso pode acontecer de uma só vez ou em forma de pagamento de salários mensais.
Quais são as principais vantagens de investir na previdência privada?
Na comparação com outros tipos de investimentos, há muitos benefícios de se investir em previdência privada. Aqui está um detalhamento das vantagens mais destacadas:
- a previdência privada é um dos investimentos mais seguros do mercado financeiro;
- esse investimento rende muito mais do que a poupança e a Previdência Social, ficando bem acima da inflação ;
- a dedução tributária do Imposto de Renda (IR) é de acordo com os aportes do usuário. O limite dessa dedução é de 12% da renda anual, optando por um plano PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre);
- a alíquota de IR é de apenas 10% para quem mantém o investimento por mais de dez anos em regime regressivo — mais adiante, você vai entender isso em detalhes;
- não há o chamado come-cotas — a cobrança antecipada do IR, que, nos fundos comuns, é semestral;
- o usuário pode trocar de gestor, de corretora ou de seguradora sem a necessidade de reinvestir ou pagar taxas extras. Portanto a portabilidade é uma garantia da lei no investimento em previdência privada;
Ainda não acabou, continue conferindo…
- há diversos tipos de fundos de previdência, para vários perfis de investidores — dos mais moderados aos mais arrojados;
- como é um investimento de longo prazo, ela ajuda o investidor a economizar para ter ganhos futuros. Ele pode, por exemplo, programar aportes mensais, favorecendo o hábito de poupar;
- além da alternativa de sacar o valor total, o usuário pode escolher receber uma renda mensal temporária ou vitalícia. Mais adiante neste conteúdo, explicaremos detalhes desses tipos de resgate;
- é um investimento que funciona como um seguro de vida. Em outras palavras: não se enquadra em nenhuma legislação relativa à herança. Em caso de falecimento do titular, pode haver a sucessão simplificada e os familiares recebem o valor sem precisar esperar pelo processo de partilha;
- se o titular falecer, não há cobrança do Imposto Sobre Transmissão Causa Mortis e Doação de Quaisquer Bens e Direitos (ITCMD) no pagamento aos beneficiários.
Viu só? Contar com um plano e com o rendimento da previdência privada é extremamente positivo. No entanto, é muito importante verificar qual é o tipo de plano (PGBL ou VGBL) que mais se encaixa no seu perfil de investidor e também pensar na forma de resgate (progressiva ou regressiva). Afinal, essas variáveis farão toda a diferença na hora de receber os valores acumulados.
Quem pode investir na previdência privada?
No Brasil, qualquer cidadão brasileiro pode fazer investimentos e contar com o rendimento da previdência privada. Os maiores de 18 anos o fazem por conta própria, e os menores, sob a supervisão dos pais e/ou tutores legais.
Este é um investimento que pode começar a qualquer momento. E mais: ele é bastante recomendado para os mais jovens. Assim, podem usufruir de bons resultados antes mesmo de chegar à terceira idade.
Em resumo, não existe idade certa para começar a se beneficiar com o rendimento da previdência privada. A depender do seu objetivo, quanto antes isso acontecer, melhor.
Também não há uma classe social específica. Isso porque os valores dos aportes são de acordo com a possibilidade de cada um — atrelando-se às condições financeiras e também aos objetivos próprios.
Quais são as diferenças entre previdência privada e Previdência Social?
Diferentemente da Previdência Social, a previdência privada permite que o contribuinte escolha tanto o valor quanto a frequência com que fará seus aportes, como comentamos.
Por exemplo, se desejar contribuir com R$ 120 por ano, você pode. Mas lembre-se sempre de que o montante recebido no final do plano corresponderá proporcionalmente à quantia enviada à instituição ao longo dos anos.
Além da liberdade em relação às contribuições, o segurado também tem a liberdade de desistir do plano no meio do caminho. Ele pode resgatar o que já contribuiu, deduzido de impostos e da taxa de saída conforme o tempo em que o dinheiro está investido.
Obviamente, é recomendável traçar um objetivo de longo prazo e mantê-lo operante. Uma vez que a previdência privada é um tipo de ativo financeiro de médio e longo prazo, quanto mais tempo deixá-lo rendendo, mais vantajoso será.
Todo trabalhador que tem sua carteira assinada é inscrito de forma automática na Previdência Social. Com isso, os aportes são debitados diretamente em seu contracheque.
Contudo, quem é autônomo também pode participar, bastando se inscrever no Regime Geral de Previdência Social (RGPS) e contribuir mensalmente por meio de uma guia de pagamento.
Um ponto interessante é que, mesmo aqueles sem renda própria, como estudantes (acima de 16 anos) ou donas de casa, podem se cadastrar e pagar o INSS de forma facultativa.
No entanto, para contar com o rendimento da previdência privada, o usuário precisará usar uma instituição financeira em que confie para investir. Feito isso, basta escolher o produto desejado e avaliar as modalidades conforme seus objetivos.
Vamos então fazer um apanhado dessas principais características e diferenças entre a previdência privada e a oferecida pelo INSS.
Previdência Social
- É administrada pelo governo, ficando nas mãos do INSS;
- Dá amparo em casos de gravidez, acidentes ou doenças;
- Existe um teto para a aposentadoria, fixado em R$ 7.507,49 (em 2023) — embora existam algumas exceções. Assim, mesmo que o seu salário tenha sido superior a esse valor, o benefício não poderá ser maior que o teto estabelecido;
- A contribuição do usuário forma a renda dos que vão se aposentar. É um tipo de regime conhecido como repartição simples.
Previdência privada
- Complementa a renda do INSS;
- Não apresenta teto para a aposentadoria;
- É administrada por instituições financeiras e corretoras;
- Não necessariamente precisa ser para aposentadoria, podendo ser uma ferramenta para investimentos de médio e longo prazo, como abertura de um negócio, bancar a educação dos filhos ou comprar um imóvel. Afinal, dá para resgatar o dinheiro quando quiser;
- Você acumula seu próprio dinheiro em uma reserva individual e decide como fará o saque do saldo.
Reforma da Previdência Social
Com a reforma da previdência, houve alterações relativas à idade mínima para se aposentar.
Ao mesmo tempo, também houve modificação nas regras de contribuição, do cálculo da aposentadoria e das contribuições mensais.
Algumas dessas novas regras passam a valer a partir da promulgação da lei. Outras terão aplicação gradual para não prejudicar aqueles que já estão próximos de receber o benefício.
Qual é o rendimento da previdência privada?
O retorno da poupança é estabelecido por lei e não pode mudar — ou seja, é o mesmo em qualquer banco.
Diferentemente disso, na previdência privada, você precisa pesquisar e comparar suas opções, já que o retorno varia conforme a seguradora, a corretora ou a instituição financeira.
Na prática, a instituição responsável por gerir o dinheiro recebido nas contribuições, escolhe onde aplicá-lo com segurança para obter a melhor rentabilidade possível. Isso impacta diretamente o valor que você vai receber lá no futuro.
Como explicamos, os valores que você acumular com as contribuições, mais o rendimento da previdência privada, podem ser resgatados em caso de desistência do plano.
No entanto, é preciso ficar atento à forma de cobrança do Imposto de Renda (IR). Ela varia conforme a tabela de tributação escolhida.
Conheça, a seguir, um detalhamento das opções disponíveis.
Tabela Progressiva
É a mesma utilizada na tributação do salário. Ela aumenta conforme o valor que você recebe mensalmente. A alíquota será de:
- 7,5% para renda mensal de R$ 1.903,99 a R$ 2.826,65;
- 15% para renda mensal entre R$ 2.826,66 e R$ 3.751,05;
- 22,5% para renda mensal entre R$ 3.751,06 e R$ 4.664,68;
- 27,5% para renda mensal acima de R$ 4.664,68.
No momento do resgate, a tributação é de 15%, e qualquer ajuste deve precisa entrar na declaração anual do Imposto de Renda.
Tabela Regressiva
Essa é uma tabela voltada para investimentos. A alíquota inicia no patamar mais alto e vai reduzindo, conforme o tipo de aplicação.
Veja quanto fica o desconto:
- até 2 anos — 35%;
- de 2 a 4 anos — 30%;
- de 4 a 6 anos — 25%;
- de 6 a 8 anos — 20%;
- de 8 a 10 anos — 15%;
- acima de 10 anos — 10%.
O desconto não acontece no resgate, mas sim na hora de colocar o dinheiro na previdência — a cada contribuição. Dessa forma, quando receber o valor aplicado, ele já estará livre da mordida do Leão.
Uma coisa a ter bem clara é: as aplicações de previdência privada rendem bem mais do que a poupança.
Apesar de ter conquistado a simpatia de grande parte dos brasileiros, esta última tem um rendimento quase sempre abaixo da inflação anual. Portanto, o dinheiro colocado na caderneta acaba perdendo poder de compra.
Quais são os tipos de previdência privada que existem?
Para entender como funciona o rendimento da previdência privada, é importante analisar os tipos de planos que o mercado oferece.
Eles são o Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL) e o Plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), que mencionamos brevemente acima.
A seguir, confira um detalhamento de cada um deles!
Plano Gerador de Benefício Livre (PGBL)
No PGBL, o benefício fiscal está na dedução anual do valor investido no plano de previdência, que vai até um limite de 12% da renda anual bruta.
Isso significa que você pode informar sua aplicação na declaração completa para reduzir o imposto devido.
Mas fique de olho: nos resgates antecipados, o desconto do Leão incide sobre todo o montante recebido.
O interessante é que o IR só será pago no momento do resgate do valor acumulado, seja na forma parcelada, seja na forma total.
Plano Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL)
No VGBL, o desconto incide somente sobre o valor dos rendimentos e não permite dedução do Imposto de Renda. Esse plano é ideal para pessoas isentas ou que fazem a declaração simplificada do IR.
Por fim, como dissemos, a rentabilidade dos planos de previdência pode variar. A dica para fazer essa escolha é descobrir que tipo de investidor você é para entender qual sua tolerância aos riscos — se é agressivo e disposto a investir em renda variável, ou conservador, que preza por um rendimento predefinido.
Então, para fazer uma boa escolha, avalie a rentabilidade oferecida e veja as diferentes opções de tributação. No fim das contas, é o conjunto desses fatores que vai fazer a diferença.
Quais são as taxas da previdência privada?
Geralmente, há duas taxas. São elas:
- taxa de administração: usada para cobrir os custos de gerir o dinheiro aplicado no fundo. É anual sobre o valor total do patrimônio aplicado;
- taxa de carregamento: serve para cobrir custos de administração e de corretagem, recaindo sobre cada depósito ou aporte realizado no plano — normalmente, não ultrapassa 5% sobre o valor.
Em alguns casos, pode não haver taxa de carregamento. Contudo, quando ela existe, a cobrança acontece de três formas diferentes:
- cobrança antecipada: feita no momento do depósito, ela tem percentual decrescente conforme o valor do aporte e do total acumulado, ou seja, quanto maior o patrimônio, menor a taxa;
- cobrança postecipada: recai sobre a portabilidade ou o resgate, diminuindo de acordo com o tempo do plano. Contudo, pode chegar a zero em alguns casos;
- cobrança híbrida: acontece no aporte (entrada) e em casos de resgate e portabilidade (saída).
Vale prestar atenção, pois existem planos que isentam o investidor da taxa de carregamento. Então, analise as propostas e escolha aquela que seja mais interessante para o seu investimento — leia-se: com o menor custo possível.
Como escolher plano com melhor rendimento da previdência privada?
O que mais levar em conta na hora da escolha? Não só a questão tributária precisa ser observada — outros fatores também merecem atenção.
Conheça, nos tópicos que seguem, o que considerar em sua busca.
Renda fixa ou variável?
Os planos de previdência privada são ligados a um plano de investimento. Ou seja, você deixa seu dinheiro na mão de um administrador que, para multiplicá-lo, fará diferentes tipos de aplicações. Sendo assim, você precisa escolher um plano que seja condizente com o seu perfil.
Às pessoas mais conservadoras, recomenda-se aplicar 100% em fundos de renda fixa, pois os riscos são menores.
Já aquelas mais ousadas podem investir em planos mais agressivos. A legislação permite que até 70% do patrimônio seja aplicado em fundos de renda variável.
Geralmente, investidores mais jovens optam por fundos mais agressivos, uma vez que esse tipo de investimento é mais vantajoso em longo prazo.
Em contrapartida, é importante lembrar que planos nos quais a maior parte dos ativos é investida em renda variável demandam uma taxa de administração maior. Não se esqueça de levar isso em conta.
Tabela Progressiva ou Regressiva?
Agora é a hora de decidir o regime de tributação — as duas tabelas que apresentamos: a progressiva e a regressiva.
A última vai favorecer quem tem um projeto de poupança de longo prazo. Isso porque a tributação é descontada no momento do resgate. No entanto, cai ao longo do tempo.
Por outro lado, a progressiva tem variação conforme a tabela da Receita Federal e aumenta de acordo com o valor do resgate. Assim, quanto maior a retirada, maior será o percentual de tributação.
Portanto, a escolha vai depender do tempo pelo qual você planeja manter seu capital investido.
Quem mira, no mínimo, nos quatro anos, já pode optar pela tabela regressiva com mais segurança.
Já para aqueles que pensam em um período menor ou não sabem por quanto tempo pretendem deixar seu dinheiro aplicado, é melhor escolher a tabela progressiva.
Você ainda pode alterar essa escolha em alguns casos. Quem decide pela progressiva está livre para migrar para a regressiva, mas o contrário não pode ser feito.
PGBL ou VGBL?
Essa é uma das maiores dúvidas dos investidores. Mas a escolha aqui é fácil:
- quem realiza a declaração completa do Imposto de Renda deve preferir a modalidade PGBL. Afinal, conseguirá abater até 12% da renda bruta tributável;
- quem declara o IR da forma simplificada ou é isento escolhe o VGBL. Isso acontece uma vez que esse plano não permite abatimentos no Imposto de Renda.
No entanto, lembre-se das diferenças que já citamos nos resgates: no PGBL, a tributação incide sobre todo o valor. Já no VGBL, ela é aplicada somente sobre os rendimentos.
Isso traz uma grande vantagem extra para o PGBL. Como o IR, nesse modelo de previdência, é deduzido somente no momento do resgate, o valor total do capital investido acaba ficando maior, elevando ainda mais seu potencial de rendimento.
Ou seja, o investidor aumenta sua remuneração com o valor do IR que não foi pago à Receita Federal.
Depois de contratado, posso mudar se quiser?
Conforme já adiantamos, é possível mudar o plano de previdência privada. Contudo, há uma carência de 60 dias. Após isso, o usuário pode migrar tanto de plano quanto de instituição — processo chamado de portabilidade.
Isso é muito bom, pois dá ao investidor bastante flexibilidade para buscar um melhor atendimento, por exemplo. Este é um diferencial bem interessante no Brasil e, reafirmamos, está garantido por lei.
A outra boa notícia é que não existem taxas nem perda de rendimento da previdência privada. Além disso, o processo é simples: basta entrar em contato com a nova empresa seguradora.
Mas lembre-se: a mudança só é permitida dentro da mesma modalidade, ou seja, não é possível migrar de PGBL para VGBL e vice-versa.
Quais são os requisitos necessários para contratar previdência privada?
Ao contrário da Previdência Social, a previdência privada não exige uma idade mínima para participar. Também não é necessário comprovar renda. Isso abre portas a muitas possibilidades.
Por exemplo, é possível fazer um plano para seu filho ainda bebê a fim de acumular recursos que possam financiar os estudos universitários quando ele se tornar um jovem adulto.
Além disso, os planos de previdência trabalham com valores mínimos baixos para começar o investimento. Dessa forma, você não enfrenta burocracias para abrir uma conta em uma instituição financeira.
Quando começar a investir em previdência privada?
Agora que você já tem as principais informações sobre suas alternativas e pode escolher o melhor plano de previdência privada, é o momento de decidir quando começar e quanto investir.
A resposta é simples: quanto mais cedo, melhor! Isso porque, quanto antes você investe, mais tempo tem para aumentar os rendimentos, e maior é o volume de remuneração.
Isso é especialmente interessante para quem tem um plano de longo prazo, como a ideia de usar o plano de previdência privada para complementar a aposentadoria tradicional. Ou ainda utilizar os recursos para investir em um imóvel, em um carro ou mesmo na educação dos filhos.
Quanto investir na previdência privada?
A decisão do valor a se investir em previdência privada é feita no momento da contratação do plano. Sempre lembrando que há flexibilidade para que o valor seja modificado com o tempo — alterando o valor das mensalidades ou realizando depósitos extras.
No entanto, alguns planos exigem uma contribuição mensal mínima; por isso, fique de olho. Caso o aporte seja mensal, recomenda-se que o investimento não ultrapasse um limite que vai de 10% a 30% da sua renda.
Quando é vantajoso resgatar o saldo da previdência privada?
Antes de determinar quando é vantajoso fazer o resgate, precisamos considerar o que está envolvido, especialmente no que se refere aos custos. É sempre importante verificar quais taxas a instituição cobra pelo plano de previdência privada.
No caso do resgate, fique de olho à taxa de saída. Ela pode ser alta. Por exemplo, se for cobrado 5%, e o valor resgatado for R$ 20 mil, o custo da transação pode sair por R$ 1.000.
Essa quantia, no entanto, pode ser obrigatória apenas por um tempo determinado, de modo que, após certo prazo, a instituição deixa de exigi-la.
Outro aspecto importante nessa decisão é o regime de tributação que você vai escolher. No regime regressivo, será tributado o Imposto de Renda em cima do resgate.
Quanto mais tempo o dinheiro estiver investido, menor será a alíquota. Acima de 10 anos, a fração chega a 10%. Já no regime progressivo, como vimos, o percentual debitado vai depender do valor que você resgata.
Levando tudo isso em conta, quando vale a pena resgatar? De uma forma geral, se o resgate já fazia parte dos seus planos, é provável que tudo já tenha sido considerado no momento da contratação, e não haverá surpresas.
As questões tributárias também podem ser mitigadas logo de início ao escolher o plano ideal segundo as suas necessidades ou seus objetivos.
De qualquer maneira, o planejamento deve levar em conta um médio ou longo prazo. Isso porque o tempo é um fator decisivo para reduzir ou mesmo eliminar taxas na hora do resgate. Sendo assim, cada caso precisa ser considerado individualmente.
O que fazer para resgatar os valores investidos em previdência privada?
O resgate da previdência privada pode ser feito de três modos diferentes: em saque único, em parcelas temporárias ou em parcelas vitalícias. Entenda como cada um deles funciona!
Saque do valor integral
O contrato determina o prazo mínimo para resgatar o montante investido, incluindo o rendimento da previdência privada.
Assim, no fim desse período, basta sacar o valor em parcela única. Graças ao rendimento da previdência privada, o total resgatado sempre será maior do que a soma de todo o dinheiro que você investiu.
Lembre-se, no entanto, que haverá desconto de Imposto de Renda quando você for fazer o saque. Apesar dessa dedução, o dinheiro recebido ainda será maior do que o aplicado.
Recebimento mensal temporário
O recebimento mensal permite que você tenha uma renda fixa pelo período estabelecido no contrato. Assim, esse dinheiro complementa a sua renda, como se fosse uma aposentadoria, durante alguns anos.
É importante ressaltar que, em caso de falecimento do favorecido antes de terminar o prazo de recebimento de todas as parcelas, o recebimento cessa, mesmo que haja saldo na conta.
Recebimento mensal vitalício
Assim como na modalidade de saque temporário, aqui existe um recebimento mensal. Contudo, ele é garantido até o fim da vida do usuário — ou seja, é vitalício.
Após o falecimento, o serviço pode ser interrompido. O saldo fica com a previdência ou, em alguns casos, pode ser redirecionado para outro beneficiário indicado no contrato.
Resgate antes do tempo
“E se eu quiser retirar o dinheiro antes de cumprir o fim do prazo determinado em contrato?”. Mesmo assim, você pode fazer o resgate, mas precisa ficar de olho em alguns detalhes importantes.
Diante de imprevistos — como desemprego, doenças graves ou outras crises — pode ser necessário mexer em sua reserva.
Nesse caso, você perde o rendimento da previdência privada e pode sofrer dedução de impostos e taxas.
Como comentamos, existe o encargo conhecido como taxa de saída, aplicado no caso de resgate antecipado.
Algumas seguradoras cobram esse valor apenas quando o resgate é feito nos primeiros anos. Já outras impõem períodos de carências para transferências e resgates — sejam totais, sejam parciais.
Por esse motivo, o resgate antes do tempo não é uma opção recomendada. Se assim o fizer, você acaba perdendo rendimento da previdência privada e compromete sua segurança financeira no futuro.
Que cuidados ter na hora de resgatar a previdência privada?
Como você viu, pode haver grandes diferenças no montante resgatado conforme o prazo, as taxas e o plano contratado. Por isso, alguns cuidados podem garantir que não haja grandes perdas. Aqui estão eles:
- selecione o melhor regime de tributação: antes mesmo de começar seus depósitos, estime quanto tempo deve permanecer contribuindo e quando você pretende resgatar o saldo da previdência. Faça cálculos simulando os valores descontados nas duas situações;
- avalie a melhor forma de resgate, conforme sua situação: em momentos de dificuldades, pense bem antes de seguir por esse caminho, para não tomar nenhuma atitude precipitada. É seu futuro que está em jogo;
- informe-se sobre todas as taxas aplicadas: elas podem estar presentes tanto no carregamento quanto na hora do resgate. Portanto, negocie valores mais atrativos.
Para quem é recomendado o plano de previdência privada?
A previdência privada é recomendada para todo aquele que deseja garantir segurança financeira para si e para sua família no longo prazo. Não se trata de um investimento que substitui a aposentadoria, mas que garante melhor qualidade de vida no futuro.
Pelas suas características, ela não é um investimento voltado para o curto prazo, pois, como dito, as taxas para o resgate antecipado podem fazer o montante perder rentabilidade.
Uma estratégia de investimento inteligente é a diversificação de carteira: você forma um bom leque de aplicações seguras e confiáveis; algumas para o curto prazo, que devem assegurar sua reserva de emergência, e outras para o longo prazo, para garantir estabilidade futura.
Nesse aspecto, a previdência é um dos investimentos mais rentáveis e seguros, olhando para um horizonte de tempo prolongado.
Há riscos ao investir em previdência privada?
A previdência privada é um tipo de investimento e, como tal, traz alguns riscos. Por isso, é preciso ter cautela e planejamento.
Portanto, não pense que qualquer plano de previdência que contratar será um excelente negócio: isso depende da instituição na qual você vai aplicar seu dinheiro.
É importante saber que os riscos da previdência estão relacionados basicamente a três aspectos:
- perda de rentabilidade por falta de planejamento da aplicação;
- cobrança de altas taxas de administração, carregamento e resgate, impactando no total do rendimento da previdência privada;
- solidez da seguradora na qual você vai aplicar seu dinheiro.
Primeiramente, reforçamos que a previdência privada é um investimento de longo prazo. Logo, prepare-se para ter uma reserva financeira para o curto e o médio prazo. Assim não vai precisar do valor investido na previdência.
Quanto ao segundo risco, pense da seguinte forma: quanto maiores forem os valores cobrados, menor será a rentabilidade da aplicação. Faça um comparativo entre o retorno e os valores cobrados e coloque ambos na balança, vendo o que é mais vantajoso.
Algumas seguradoras reduzem esse valor ou mesmo isentam o usuário dessa despesa. Por isso, é sempre importante pesquisar e negociar melhores condições antes de firmar contrato.
A previdência privada entra no inventário?
Uma dúvida muito comum é se os planos de previdência privada entram no inventário se o titular vier a falecer. Este documento legal é onde são listados todos os bens que a pessoa falecida tinha em vida, e é a partir dele que é realizada a partilha.
E a resposta é não, como vimos nas linhas acima. Explicando melhor, por lei, o investimento em previdência privada não é incluído no inventário. Isso porque, ao assinar o contrato, o titular deverá indicar quem receberá os fundos aplicados.
Portanto, uma mãe ou um pai de família pode, por exemplo, indicar todos os seus filhos como beneficiários. Neste caso, a pessoa titular também poderá indicar com que porcentagem do montante cada um dos herdeiros deverá ficar.
O que considerar ao investir em um fundo de previdência privada?
Ao decidir investir em planos de previdência privada, será necessário buscar uma seguradora que disponibilize o produto. Mas não é só isso. É preciso avaliar diferentes aspectos para que o projeto seja realmente vantajoso.
Estratégia
Busque, nos documentos do fundo, o regulamento que detalha as estratégias aplicadas. Para garantir um bom rendimento da previdência privada, talvez o gestor tome caminhos que não façam sentido para você.
Por exemplo, podem existir investimentos em títulos de renda fixa emitidos por empresas privadas, e você tenha interesse em títulos do governo.
Gestor
A decisão acerca do gestor do fundo também é de grande relevância. Por isso, investigue seu histórico e preze por instituições com reconhecimento no mercado financeiro.
Você pode também avaliar o desempenho dos fundos para entender como foi o rendimento da previdência privada ao longo dos anos.
É claro que isso não garante sua performance futura, mas pode ajudar a ponderar sobre a competência e a expertise do gestor.
Risco do fundo
Como são investimentos de longo prazo, os fundos de previdência privada costumam ter um risco maior, mas compensam com o tempo, uma vez que o gestor tenta balancear os ativos para garantir bons resultados.
Então, a questão é avaliar a sua tolerância ao risco. Isso varia de uma pessoa para outra, mas o conhecimento sobre fundos de previdência interfere bastante no grau de exposição de um investidor.
O que você está esperando para investir na previdência privada?
Entender como funciona o rendimento da previdência privada é um dos principais passos para fazer a melhor escolha no momento de se decidir por um plano.
Para tal, o primeiro passo você já deu: buscou informações de qualidade e as encontrou neste artigo.
Ao seguir essas dicas, você terá sucesso em seus investimentos e verá o seu patrimônio crescer a cada dia. Ao buscar por um plano no mercado, não hesite em voltar a este conteúdo para fazer comparativos e sanar eventuais dúvidas!
Lembre-se também de que contar com um plano de previdência privada é uma atitude que certamente garante mais tranquilidade para você e sua família em médio e longo prazo. Trata-se, portanto, de um tipo de investimento destinado a quem está pensando lá na frente, em garantir a manutenção da qualidade de vida no futuro.
Portanto, para planejar o seu futuro da melhor maneira, é preciso entender como o sistema previdenciário funciona. Baixe gratuitamente o E-book da Previdência Complementar e descubra o caminho ideal para garantir a sua estabilidade financeira na aposentadoria!
Outro lembrete importante: é muito recomendável procurar uma opinião especializada e começar a investir nessa modalidade de aplicação. Uma empresa sólida que conta com profissionais experientes e confiáveis vai fazer toda a diferença!
O que você achou das informações deste artigo acerca de todos os detalhes do investimento em previdência privada? Elas foram úteis e relevantes para você? Então, assine a nossa newsletter para receber mais conteúdo como este!