Não tem para onde correr: pagar mensalidade da escola exige planejamento financeiro estratégico. E é justamente a falta desse planejamento que explica muitos dos desequilíbrios no orçamento das famílias brasileiras.
Pense, por exemplo, em pais que de repente se veem desempregados. No susto, resolvem tirar imediatamente seus filhos da escola sem sequer negociar descontos na tesouraria.
O que faltou lembrar aí é que, qualquer que seja a próxima instituição escolhida, será preciso arcar novamente com custos de matrícula, uniformes e materiais.
Para complicar, a variação no valor das mensalidades escolares chega a 386% em alguns estados, sabia? Esse dado só reforça a importância de os pais ficarem atentos às leis e, principalmente, de fazerem um planejamento financeiro antecipado para cobrir os custos da formação educacional dos filhos.
Pronto para aprender a gerir o investimento escolar dos filhos com inteligência? Confira aqui quais são os melhores caminhos!
Como pagar mensalidade da escola sem comprometer a renda?
O que a lei diz sobre as mensalidades escolares?
A lei que regulamenta as anuidades escolares é a Lei Federal 9.870, de 1999, ordenamento que é complementado pelo Código de Defesa do Consumidor e que deve estar na mente tanto dos pais que não querem ter problemas com o departamento financeiro escolar como daqueles que querem voltar a pagar mensalidade da escola em dia. De acordo com esses normativos:
• é ilegal qualquer cláusula contratual de revisão ou reajustamento da mensalidade em prazo inferior a 1 ano;
• são terminantemente proibidas quaisquer penalidades pedagógicas (como suspensão de provas ou retenção de documentos) por motivo de débito em aberto, mas a escola pode impedir o estudante de fazer a rematrícula;
• as multas decorrentes do atraso das mensalidades não podem ser superiores a 2% do valor da parcela;
• por mais que não exista qualquer previsão de teto para reajuste das mensalidades, o critério usado para o aumento deve ser comprovado pela escola por meio de planilha de custos — o que pode servir como prova para abertura de procedimento junto ao Procon;
• as novas mensalidades não podem pegar os pais de surpresa, devendo a escola divulgar publicamente a nova proposta de contrato em um período mínimo de 45 dias da data final para a matrícula.
Quais são os erros comuns dessa gestão financeira?
Muitos pais retiram seus filhos da escola por uma simples divergência pontual com algum professor ou por um desgaste trivial na relação pedagógica — o que poderia ser contornado com uma conversa aberta com a direção.
Esse ímpeto tem relação com um problema mais profundo, comum em muitas famílias: a falta de planejamento de longo prazo quando o assunto é o colégio dos filhos.
Assim como o manuseio do dinheiro, a formação escolar dos jovens deve ser consequência de um amplo planejamento estratégico, que vai muito além de ter ou não recursos para pagar mensalidade da escola.
Muito antes do primeiro dia de aula, essa escolha passa por uma pesquisa minuciosa sobre a missão, a visão e os valores da instituição, suas ênfases educacionais e propostas pedagógicas, o grau de flexibilidade financeira, sua eventual política de bolsas e reajustes, além do preço médio dos materiais escolares exigidos.
Como muitas famílias não chegam a se aprofundar nessas questões, podem ter como resultado arrependimento, novos desgastes com outras direções e até longas batalhas judiciais, que prejudicam tanto o colégio como a própria família.
Melhor não percorrer esse caminho, não acha? Acompanhe agora os erros mais comuns nesse sentido para não cometê-los!
1. Ter vergonha de abrir o jogo com a coordenação da escola
A verdade é que nenhuma escola quer perder receitas — especialmente se elas vierem de alunos que já estão há muito tempo na instituição.
O problema é que, normalmente, o meio social atrelado ao colégio inibe muitos pais de se dirigirem à direção para explicar uma situação financeira mais delicada e a necessidade de pedir descontos. Chegou a hora de superar essa vergonha.
O ideal é que escola e pais atuem em parceria. Ficou desempregado? Já se dirigiu à diretoria financeira para explicar o cenário, comprovando tudo por meio de documentos e solicitando, ao final, um desconto temporário? Lembre-se: o não você já tem, só por não perguntar.
2. Agir com base no tudo ou nada
Muitos pais se desdobram para colocar seus filhos em escolas com grande diversidade de atividades extracurriculares, como judô, natação, balé e assim por diante. Mas o que acontece se precisam passar por um momento de adversidade financeira?
Aí tiram as crianças de lá definitivamente, rumo a um colégio mais barato, em vez de inicialmente só cortarem parte dessas atividades extras. Concorda que essa atitude é muito mais sensata?
3. Tentar pagar débitos volumosos de uma só vez
Se seu débito já virou uma bola de neve, é improvável que você consiga quitá-lo à vista. Muito mais estratégico é negociar a diluição do montante ao longo das parcelas ainda em aberto.
Como a escola não pode pedir a transferência do aluno para outra unidade, tampouco pode reter documentação ou impedir a realização de provas, essa proposta tem grandes chances de ser aceita.
Como se organizar para pagar mensalidades?
A dificuldade relacionada ao pagamento das prestações da escola não se deve apenas à incompatibilidade entre a mensalidade e seus rendimentos.
Na verdade, essa situação costuma ser fruto de uma série de decisões erradas ligadas à vida escolar dos filhos. Separamos aqui algumas dicas para não errar na formação de seus pequenos, como:
• procure escolher um colégio que não imponha a necessidade de recorrer ao transporte escolar privado, já que uma decisão simples como essa pode salvar mais de 500 reais do seu orçamento familiar;
• o histórico escolar de seus filhos e seu passado de assiduidade nos pagamentos também devem ser usados como argumentos para conseguir um desconto ou uma bolsa;
• se estiver com mensalidades em atraso, busque recursos adicionais, seja em uma eventual restituição de Imposto de Renda, em um adiantamento das férias para receber o 1/3 constitucional ou com o saque das contas inativas do FGTS;
• caso seja realmente necessário trocar de escola, pesquise a existência de instituições filantrópicas ou religiosas em seu bairro, pois muitas delas têm excelente qualidade e contam com programas de bolsas próprios;
• lembre-se de que, se mais de um filho estuda na mesma escola, seu poder de negociação aumenta significativamente, a ponto de você poder tentar usar essa questão a seu favor. Que tal marcar uma reunião diretamente com o responsável pela tesouraria para ver o que ele pode oferecer?
Atenção: a recomendação mais importante que podemos dar para você pagar mensalidade da escola com serenidade financeira e sem passar por apuros é fazer um investimento específico para essa finalidade — o mais rápido possível.
O ideal é que esse fundo seja criado antes mesmo da criança chegar à pré-escola. Mas, se seu filho já está no Ensino Fundamental ou até no Ensino Médio, faça uma aplicação pensando, por exemplo, no investimento em uma boa universidade!
Para alcançar esses objetivos, você pode fazer uma aplicação em previdência privada infantil, por exemplo. Para você ter uma ideia, em uma das modalidades possíveis, chamada Vida Gerador de Benefício Livre (VGBL), o Imposto de Renda só incide no resgate e apenas sobre os rendimentos, não sobre o total aplicado.
Outra possibilidade é fazer um seguro de vida resgatável, produto que mistura a proteção financeira de um seguro tradicional com a rentabilidade de um investimento. O que acha?
Se você quer fazer do presente um alicerce para um futuro sólido para seus filhos, entre em contato conosco! Temos uma equipe especializada em encontrar o investimento ideal para cada perfil de investidor!