Saber como investir dinheiro é mais do que apenas uma decisão financeira; é um passo em direção à estabilidade e crescimento de longo prazo. Com tantas opções disponíveis, a escolha pode parecer complexa. No entanto, evitar erros comuns, como focar apenas em objetivos de curto prazo ou negligenciar seu perfil de investidor, pode fazer toda a diferença.
Neste guia, você confere uma série de dicas para ajudá-lo a tomar decisões informadas e alcançar seus objetivos financeiros por meio dos investimentos. Continue lendo e descubra as estratégias que preparamos para você!
O que é investimento?
Investimento significa aplicar dinheiro em algum fundo ou ativo com expectativa concreta de que ele se multiplique ao longo do tempo por render juros, dividendos ou sofrer valorização de mercado. Investir é importante não apenas para aumentar o patrimônio, mas para protegê-lo da inflação e conservar seu poder de compra.
Tipos de investimentos
Cada tipo de investimento funciona de forma diferente: você pode emprestar dinheiro e receber juros, como acontece com títulos do Tesouro Direto (renda fixa), ou comprar ações de uma empresa e lucrar com o crescimento do negócio, por exemplo. A seguir, explicamos a diferença entre os principais tipos de investimentos disponíveis no mercado financeiro.
CDB
O certificado de depósito bancário (CDB) nada mais é do que um empréstimo, a forma mais comum que existe de investimento. Toda vez que compramos um CDB, estamos emprestando dinheiro para a instituição financeira e sendo remunerados com juros, em contrapartida.
O retorno que podemos esperar desse tipo de investimento, bem como a segurança da aplicação, variam muito de banco para banco. Geralmente, os bancos maiores oferecem um retorno menor, mas são considerados sólidos — isto é, a chance de o banco se tornar insolvente e quebrar é pequena. Já os bancos menores não conseguem oferecer essas mesmas garantias, então compensam com um retorno um pouco maior.
Os investimentos feitos em CDB estão amparados pela proteção oferecida pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), para os investimentos com o montante de até R$ 250 mil. Com relação aos custos, o CDB não tem taxa de administração, sofre desconto de Imposto de Renda e pode sofrer incidência do IOF para aplicações inferiores a 30 dias. A liquidez pode ou não ser diária.
LCI e LCA
A Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e a Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) são bastante parecidas com o CDB: também são empréstimos, mas o banco usa a quantia para financiar iniciativas ligadas ao setor imobiliário e ao agronegócio.
Assim como o CDB, aqui o investidor também pode contar com a proteção do fundo garantidor, também está livre de taxa de administração, podem ter remuneração atrelada ao DI, prefixada ou atrelada à inflação. A maior diferença entre a LCI/LCA e o CDB é que os primeiros são isentos de Imposto de Renda, IOF e geralmente não têm liquidez diária, o que significa que o investidor deve ficar com eles até a data do vencimento.
Títulos Públicos
O investimento em títulos públicos é uma espécie do gênero dos empréstimos remunerados, mas a diferença é que aqui não estamos emprestando dinheiro para um banco, mas para o governo federal do Brasil.
Os títulos públicos são considerados um investimento de baixíssimo risco e podem ter uma rentabilidade pré-fixada, indexada à inflação ou pós-fixada (atrelada à taxa Selic). A aplicação mínima é bastante baixa: R$ 30. Estão sujeitos a taxa de custódia, IR e IOF para aplicações inferiores a 30 dias. A liquidez é diária e podem ser vendidos de volta para o governo a qualquer momento.
Fundos de investimentos
Fundo de investimento nada mais é do que um grupo de investidores que se organizam sob a forma de um condomínio para reunir recursos de diferentes portes de diversos investidores com a intenção de aplicá-los em uma carteira diversificada de investimentos.
Esses investimentos são geridos por um profissional e, por isso, é devida uma taxa de administração. Outros custos também incluem o Imposto de Renda e IOF para o caso de investimentos com prazo menor do que 30 dias.
Pode ser uma boa ideia para o pequeno investidor que não tem tempo de se inteirar sobre os diferentes tipos de investimento ou ainda não tem conhecimento suficiente para tomar uma decisão informada. É importante destacar, ainda, que existem diferentes tipos de fundos de investimento, a depender do risco que o investidor está disposto a correr. Os fundos mais conservadores concentram investimento em títulos públicos e renda fixa. Já os fundos mais arriscados concentram aplicações em ações.
Previdência privada
A previdência privada é uma boa forma de investimento no longo prazo, de modo a complementar a aposentadoria do INSS ou, ainda, para realizar outros projetos de vida, como abrir um restaurante ou viajar o mundo, por exemplo. Uma das grandes vantagens oferecida por esse tipo de investimento é que o titular pode fazer uma dedução no Imposto de Renda até 12% da renda bruta mensal quando optar pela modalidade PGBL.
Debêntures
Assim como o governo e os bancos, as empresas privadas também emitem títulos quando estão precisando se capitalizar. É o que acontece quando precisam de dinheiro na mão para pagar dívidas ou financiar novos projetos, sem colocar novas ações no mercado. Estamos falando, portanto, em mais uma modalidade de investimento em que o investidor vai emprestar dinheiro e ser remunerado por isso.
Pode ser uma boa oportunidade de obter rendimentos altos, no entanto, o investidor deve se cercar de alguns cuidados e procurar obter informações confiáveis sobre a integridade da empresa em questão, bem como a do mercado em que ela atua.
O risco, a liquidez e a rentabilidade dependem muito de caso para caso, de modo que não é possível traçar muitas regras quando o assunto é debentures. A taxa de remuneração costuma variar de 15% a 18% ao ano, dependendo da solidez econômica da empresa que emite.
Ações
Uma ação é um título que representa uma pequena fração de uma companhia de capital aberto, que negocia seus papéis na bolsa de valores. Assim, quando o investidor compra uma ação, acaba virando um sócio minoritário da empresa, que nesse caso recebe o nome de acionista.
O acionista minoritário de uma companhia não exerce nenhuma função administrativa dentro da empresa e não tem nenhum tipo de obrigação com ela. Depois de ter pagado o valor estipulado pelas ações, o acionista adquire o direito de receber dividendos, ou seja, uma pequena parte (proporcional ao número de ações que possui) do lucro da empresa, caso a empresa venha a lucrar.
O risco desse tipo de investimento é, portanto, comprar ações de uma empresa que passa a não apresentar bons resultados. Isso faz com que as ações sejam um investimento de renda variável. Além de não receber os dividendos, o investidor pode até perder o dinheiro que aplicou inicialmente caso a empresa venha a quebrar ou o preço das ações despenque.
O investimento em ações permite que tenhamos dois tipos diferentes de ganhos: a valorização do título ou o recebimento de dividendos. A primeira estratégia é voltada para o curto prazo, tem um risco maior e consiste em comprar ações quando estão em baixa e vendê-las quando estão em alta, ficando com a diferença. A segunda estratégia é voltada para o longo prazo e consiste em escolher uma empresa sólida, que provavelmente apresentará bons resultados, de modo a obter rendimentos a partir dos dividendos.
Por que começar a investir dinheiro?
- Proteção contra a inflação: investir é uma opção para não deixar o dinheiro parado na conta-corrente e manter que seu poder de compra.
- O efeito dos juros compostos: ao investir, você ganha juros sobre o dinheiro aplicado e sobre os juros que já rendeu anteriormente. Isso cria um efeito “bola de neve” que acelera o crescimento do seu patrimônio.
- Conquista de objetivos mais rápida: o rendimento dos investimentos te ajuda a juntar o montante necessário para comprar uma casa ou carro.
- Independência do INSS: depender apenas da previdência pública pode resultar em uma queda brusca no padrão de vida, então investir cria uma renda complementar para garantir uma aposentadoria tranquila e digna.
- Segurança para imprevistos: ter dinheiro investido em uma reserva de emergência traz paz de espírito para lidar com imprevistos.
- Renda passiva: com o tempo e a estratégia certa, seus investimentos podem gerar dinheiro suficiente para pagar suas contas, sem que você precise mais trabalhar.
Os principais conceitos de investimentos
Existem três conceitos básicos em torno dos quais gira toda e qualquer discussão a respeito dos investimentos: o risco, a liquidez e a rentabilidade. A variação entre esses três elementos diferencia cada tipo de investimento. De certa forma, encontrar o investimento ideal para você é tentar posicionar o seu perfil dentro dessas três variáveis.
Rentabilidade
A rentabilidade é o retorno obtido pelo investidor em razão da aplicação. Em regra, quanto menor a liquidez, maior será a rentabilidade. Assim como quanto maior o risco, maior a será a rentabilidade. Devemos tomar alguns cuidados no momento de calcular a rentabilidade de determinado investimento. Isso porque nem sempre a rentabilidade nominal acaba coincidindo com o que poderíamos chamar de “rentabilidade real”.
Desse modo, é importante levar em consideração quanto dos ganhos obtidos será perdido com o pagamento de impostos, emolumentos, taxas de administração e custódia. Nem sempre o investimento que promete um número maior é o que, de fato, confere as maiores vantagens. Até se não houver custo algum, temos que descontar a desvalorização do dinheiro causada pela inflação, desde que, é claro, os rendimentos já não estejam indexados com base na inflação (é o que acontece quando um investimento paga X mais a inflação).
Risco
O risco de investimento está presente em qualquer tipo de aplicação, por menor que seja. Quando deixamos o dinheiro parado na conta-corrente, é possível que o banco quebre e não possamos sacá-lo no caixa eletrônico. Quando guardamos o dinheiro embaixo do colchão, é possível que um incêndio nos faça perder tudo.
A lição a ser aprendida aqui é que o risco faz parte da vida, e não apenas dos investimentos financeiros. Se optarmos por uma vida completamente sem riscos, não poderíamos nem atravessar uma rua, não é mesmo? Assim como na vida, nas finanças existem riscos administráveis que valem a pena de serem corridos.
Liquidez
No vocabulário dos investimentos, liquidez significa o tempo necessário para que os rendimentos possam ser resgatados. Assim, um investimento com a liquidez alta permite que o investidor retire seu dinheiro a qualquer momento, enquanto um investimento com baixa liquidez exige que o resgate seja feito no longo prazo, como daqui a um ou cinco anos. Geralmente se o investidor precisa do dinheiro antes disso, ele acaba sendo penalizado e perdendo dinheiro.
Renda fixa e variável
Nos investimentos de renda fixa, a remuneração paga ao investidor ou ao menos a fórmula de calculá-la é estabelecida previamente, no momento da aplicação. Já nos investimentos de renda variável, o investidor não tem como saber de antemão qual será a rentabilidade da aplicação. Assim, se souber escolher criteriosamente e diversificar bem, é possível obter rendimentos maiores do que os de renda fixa na renda variável.
Como começar a investir dinheiro? Um passo a passo
Para começar a investir dinheiro com o pé direito, não deixe de seguir esse passo a passo. Analise seu orçamento, veja quanto pode disponibilizar por mês para essa prioridade financeira e torne o investimento um hábito.
Além disso, conhecer seu perfil de investidor e os objetivos de curto, médio e longo prazo é outro passo essencial para ter sucesso. E, claro, fazer seu dinheiro trabalhar a seu favor!
1. Defina um valor mensal
Se você quer se tornar um investidor, o primeiro passo é estipular um valor mensal para as suas aplicações financeiras. Revise seu orçamento e defina quanto pode separar da sua renda para essa prioridade. O ideal é destinar 15% dos seus vencimentos líquidos para investimentos. Se não for possível, comece com menos e vá aumentando a porcentagem com o tempo.
É importante que investir se torne um hábito. Por isso, separe uma quantia logo no início do mês para isso. Esse é um cuidado importante para não correr o risco de gastar o dinheiro com outras categorias do orçamento.
Tenha em mente que não se deve contar com a quantia que reservou para investimentos no curto prazo. Dependendo da aplicação escolhida, você perde dinheiro se retirar o valor (ou parte dele) antes da data de vencimento. Quem busca liquidez deve procurar um investimento que ofereça prazo mais curto para a retirada total ou parcial do dinheiro.
2. Estipule objetivos
Após definir um valor mensal para investir, é importante saber quais são seus principais objetivos com os investimentos. Criar uma reserva de emergência, fazer uma grande viagem, se aposentar com tranquilidade, e por aí vai. Ao definir o que você quer, há a possibilidade de escolher as aplicações mais adequadas para suas necessidades.
Quem quer criar um fundo para imprevistos, por exemplo, deve optar por um investimento que ofereça segurança e liquidez. Como, por exemplo, poupança ou um Certificado de Depósito Bancário (CDB), que pode, ser resgatados a qualquer momento.
Além de saber quais são seus objetivos, é muito importante conhecer seu perfil de investidor para alinhar as aplicações com suas possibilidades e necessidades. Uma pessoa conservadora, por exemplo, deve dar preferência para investimentos que sejam mais seguros, mesmo que tenham uma rentabilidade mais baixa. Por outro lado, investidores agressivos podem optar por uma carteira que conte com aplicações arriscadas, como o mercado de ações.
3. Conheça o seu perfil de investidor
É necessário conhecer bem o seu perfil de investidor para que seus ativos sejam alinhados com os objetivos de investimento. Essa definição serve para categorizar suas preferências quanto ao nível de risco que se deseja correr nas operações e orienta em relação ao tipo de ativo que você deve dar preferência para incluir na carteira.
Os tipos mais comuns de investidores se referem a um perfil conservador, moderado e arrojado. Esse ordenamento está diretamente relacionado à capacidade de lidar com riscos e falta de liquidez.
Enquanto os de perfil conservador preferem segurança e fácil acesso ao dinheiro aplicado, mesmo que tenham uma remuneração menor, os de perfil arrojado aceitam um grau de risco e menor liquidez em troca de retornos expressivos.
Já o perfil moderado é uma mistura dos dois casos, em que a relação entre risco e retorno é mais equilibrada. No caso de investidores conservadores, as aplicações em renda fixa atendem bem aos requisitos desse público. Enquanto para os investidores moderados, uma parcela de sua carteira pode ser focada em ativos variáveis como ações e FIIs. Contudo, para o investidor arrojado, boa parte da carteira pode ser aplicada em ativos de risco e de retorno variável.

4. Busque orientação especializada
Ler sobre investimentos é um passo importante para quem deseja começar a investir. No entanto, mesmo quem se informa constantemente sobre o assunto deve buscar orientação especializada, de modo a se certificar que está escolhendo as melhores aplicações para a sua carteira.
Muitas pessoas buscam assistência no próprio banco em que têm conta-corrente. Apesar da comodidade, sempre vale a pena pesquisar também corretoras de valores para se certificar que está conseguindo a melhor rentabilidade. Entre os pontos que você deve levar em conta na hora de buscar assessoria especializada para seus investimentos, estão as taxas cobradas pela corretora ou banco, mix de produtos financeiros oferecidos, rentabilidade dos investimentos e atendimento personalizado.
5. Abra uma conta de investimento em um banco ou corretora
Procure saber como ter uma conta de investimento em algum banco que você já tenha conta aberta. Ou, se preferir, também pode abrir uma nova conta em um banco digital ou corretora, por exemplo.
Lembre-se de buscar por instituições conceituadas e confiáveis. Assim, você evita problemas com os seus investimentos. Assim que a conta estiver aberta, basta transferir os valores que vai investir e começar a aplicar o seu dinheiro com frequência. De maneira geral, costuma ser um processo fácil e intuitivo, que você mesmo opera no aplicativo do banco ou da corretora.
Como investir em bolsa de valores?
Se você é um pequeno investidor que está dando apenas os primeiros passos dentro desse novo universo, então é recomendável que não corra muitos riscos com a renda variável. Não tem como traçar regras que se apliquem a todos os casos de investimentos de ações, já que a rentabilidade, a liquidez e o risco variam muito a depender da empresa escolhida. Porém, é possível indicar algumas dicas fundamentais para que o investidor possa começar a investir de forma segura na bolsa de valores.
1. Escolha empresas consolidadas
Empresas grandes e consolidadas que estão no mercado já há muitos anos têm grande probabilidade de continuar estáveis durante muitos anos, fazendo com que o investimento seja bem mais seguro. O iniciante deve procurar evitar virar um investidor de startups, por exemplo, ou pequenos empreendimentos que ainda não encontraram sua posição no mercado.
2. Saiba como a empresa ganha dinheiro
Você não precisa ser um especialista, mas se quer investir em ações tem que ter a capacidade de explicar de forma simples o que a empresa faz. Se o investidor escolhe comprar papéis de uma empresa que oferece um serviço ou produto extremamente complicado e fora do seu alcance, ele certamente terá dificuldade em tomar decisões importantes com relação a seus investimentos.
3. Compre ações a um bom preço
Mesmo que uma empresa seja uma ótima opção de investimento, temos que exercitar nossa paciência para não comprarmos as ações a um preço muito elevado. O investidor só deve comprar uma ação quando ela apresentar um intervalo grande entre o valor atual e o chamado valor intrínseco, ou seja, capacidade da empresa de gerar valor futuramente.
4. Invista no longo prazo
Na hora de comprar ações, o investidor que não quer arriscar muito deve pensar no investimento como um comprometimento para toda a vida. É claro que, eventualmente, terá a necessidade de ajustar sua estratégia. O que queremos dizer com isso é que a empresa tem que ter futuro. Temos que nos perguntar: “Daqui a 10 anos viveremos em um mundo que tem espaço para esse tipo de empresa”?
5. Dê preferência por empresas com poucas dívidas
Em regra, uma empresa com poucas dívidas oferece um risco menor de quebrar, além de ter uma probabilidade maior de crescer de forma saudável, rendendo bons dividendos aos seus acionistas.
6. Considere a imunidade a fatores externos
É sempre bom dar preferência por empresas que não estão tão sujeitas a fatores externos, como políticas públicas, variação cambial, taxa de juros, etc. É claro que toda a economia funciona de forma integrada e é impossível encontrar uma empresa que esteja 100% livre de influência de fatores externos.
7. Fuja das empresas controladas por um grande acionista
Muito poder concentrado nas mãos de uma única pessoa pode ser um problema para os acionistas minoritários, exceto se for uma pessoa em que você confia plenamente ou tenha uma história junto à empresa, com uma ficha impecável no mercado.
Como definir o investimento ideal conforme idade?
Um dos principais fatores que ajudam a moldar o chamado perfil do investidor é a idade. Isso acontece porque, em regra, a idade do investidor costuma ter uma relação direta com a quantidade de risco que ele está disposto a correr em suas aplicações e também com a quantidade de dinheiro disponível para investir.
Investidores de 18 a 30 anos
Em geral, investidores mais jovens contam com uma quantidade menor de dinheiro para colocar nas aplicações. Além disso, eles têm o tempo a seu favor, o que significa dizer que conseguem se recuperar de eventuais prejuízos causados por investimentos financeiros no curto prazo. Recomenda-se, portanto, que os jovens adotem um perfil mais arrojado, para terem ganhos reais com investimentos pequenos.
Uma estratégia muito comum para essa faixa etária é o investimento em ações por meio de fundos de gestores independentes, já que assim o jovem investidor pode contar com uma equipe de profissionais monitorando o mercado pelas melhores oportunidades.
Investidores de 30 a 50 anos
A partir dos 30 anos, o perfil do investidor começa a mudar um pouco, já que a carreira passa a exigir uma atenção maior e a constituição de família com ou sem filhos tende a aumentar os gastos. Investimentos um pouco mais arriscados continuam sendo recomendados, porém, é necessário adquirir ao menos alguns produtos com alta liquidez para evitar o endividamento no caso de uma emergência. Essa idade também se caracteriza por uma preocupação um pouco maior com a aposentadoria, o que não era uma questão na fase anterior.
Investidores acima dos 50 anos
A partir dos 50 anos, o investidor geralmente já conseguiu acumular algum patrimônio e uma perda aqui pode ser irreparável, já que não dispõe do tempo a seu favor. A maior preocupação durante essa fase costuma ser a manutenção do padrão de vida após a aposentadoria e a sucessão de seus bens.
Os investimentos indicados aqui são os produtos de renda fixa e fundos multimercados de baixa volatilidade. Já com relação à sucessão, costuma-se recomendar um plano de previdência privada, já que os recursos são entregues de forma rápida e sem burocracia aos beneficiários indicados, sem entrarem no inventário e na partilha.
Os principais erros ao começar a investir dinheiro
Ter sucesso como investidor passa também por conhecer os principais erros cometidos por quem está começando a investir e como evitá-los. Investir sem pesar os riscos, sempre seguir o mercado e não pesquisar as melhores taxas estão entre os principais deslizes cometidos por investidores iniciantes.
- Aplicar de forma descuidada, sem nenhum planejamento: para ter sucesso investindo, é sempre importante considerar a possibilidade de perdas e não ter ganância com suas aplicações.
- Desconsiderar taxas: considere sempre custos de transações, taxas e impostos ao investir, para não ter surpresas desagradáveis ao retirar seu investimento.
- Seguir o mercado na hora de fazer aplicações: isso é comum por insegurança ou falta de conhecimento, mas pode fazer com que você perca dinheiro. Evite isso apostando sempre no estudo de cenários e considerando a possibilidade de comprar ações na baixa e vender na alta.
Dicas para investir dinheiro
Ninguém se torna um investidor de sucesso de uma hora para outra. Para fazer o dinheiro trabalhar a seu favor e conquistar rendimentos cada vez mais altos, é preciso ter disciplina e adotar algumas práticas. Confira a seguir e comece agora mesmo a aplicá-las!
1. Comece devagar
Investir é algo que se aprende com o tempo. Para reduzir as chances de perdas e tirar o melhor proveito possível dos seus investimentos, o ideal é começar devagar, aplicando pequenas quantias e em poucos produtos.
2. Tenha uma reserva de emergência
Uma reserva de emergência representa segurança, conforto e tranquilidade em situações mais turbulentas. Ela normalmente representa um volume de recursos suficientes para sustentar seus custos básicos de seus meses a um ano, a depender do seu modelo de trabalho. Assim, se os seus cursos mensais somam R$ 4 mil, uma reserva adequada é de R$ 24 mil a R$ 48 mil.
Esse valor permite que você possa passar por qualquer emergência sem precisar se preocupar com o aspecto financeiro. Portanto, o valor pode ser utilizado para custear despesas médicas, dar suporte em caso de acidente ou manter suas contas em dia no caso de desemprego.
Contudo, o valor da reserva deve ser aplicado em uma alternativa com alta liquidez. Assim, oferece fácil acesso para momentos de urgência. Seja na conta bancária, na poupança ou em qualquer outra opção que preserve a liquidez desse montante.
3. Não espere ter muito dinheiro para começar
Uma prática importante para se tornar um bom investidor é parar de esperar o cenário perfeito para aplicar seu dinheiro. Mesmo com uma pequena quantia já é possível começar a investir. Após criar sua reserva de emergência, busque produtos que não exijam alto investimento inicial para começar sua jornada no mundo dos investimentos e dar o primeiro passo para ver seu dinheiro trabalhar por você.
4. Estude sempre
Essa é uma prática inegociável: não existe investidor de sucesso que não se preocupe em estar sempre adquirindo novos conhecimentos sobre mercado financeiro, produtos disponíveis e cenário econômico. Informação vale ouro! Não basta apenas acompanhar jornais e sites de notícias: vá além e leia também livros sobre investimentos e publicações especializadas. O dinamismo do mercado exige busca constante por informações. Essa é a única forma de garantir segurança e rentabilidade na hora de investir.
5. Informe-se sobre novos produtos
Para investir com sabedoria é preciso estar antenado sobre os novos produtos que surgem a cada dia no mercado. Sendo assim, leia os relatórios disponibilizados por corretoras, torne a leitura do noticiário econômico um hábito e sempre acesse o site do seu banco em busca de novidades. Como o mercado financeiro é dinâmico, é importante se atentar para analisar se algum novo produto pode ser mais interessante para os seus investimentos.
6. Faça um planejamento financeiro
Um bom planejamento consegue organizar sua receita para destiná-la entre suas despesas fixas, custos variáveis e ainda contemplar os investimentos mensais. Você pode utilizar diversas ferramentas, aplicativos ou tabelas do Excel para criar e organizar o orçamento mensal.
Por meio desse orçamento, se verifica quais gastos são supérfluos e quais custos você não consegue reduzir. Essas informações são úteis na hora de estipular o montante mensal que pode ser aplicado em ativos e como utilizar de modo adequado esse valor. Desse modo, o planejamento financeiro é essencial para aproveitar da melhor forma possível o dinheiro que entra na conta, utilizando-o de modo inteligente para que os rendimentos possam trabalhar a seu favor.
7. Contrate uma previdência privada e Seguro de Vida
O planejamento financeiro também engloba planos futuros, logo, investimentos como um bom Seguro de Vida e previdência privada são alternativas interessantes para obter maior segurança financeira familiar. Assim, caso tenha algum imprevisto como uma doença grave ou até mesmo uma invalidez, você vai poder manter seus investimentos intactos graças à indenização do Seguro de Vida.
8. Diversifique sua carteira
Colocar todo o dinheiro em apenas um tipo de investimento é uma ação que pode prejudicar a rentabilidade e, até mesmo, sua segurança financeira. Portanto, para ter sucesso como investidor, é essencial apostar em uma carteira diversificada. Afinal, ao aplicar em produtos financeiros diferentes, você reduz as chances de sofrer perdas e ainda consegue ter investimentos para diferentes objetivos financeiros, considerando curto, médio e longo prazo.
9. Aproveite a tecnologia
É inegável que a tecnologia facilitou muito a vida dos investidores. Com apenas alguns cliques, é possível pesquisar novos produtos disponíveis, saber a rentabilidade de cada um deles e até mesmo ver como anda a Bolsa, o cenário econômico dos países e o desempenho das empresas no mercado financeiro. Use esse recurso a seu favor e acompanhe de perto as principais tendências.
A tecnologia também é uma grande aliada na hora de pesquisar taxas que podem prejudicar seus investimentos. Aposte na internet para saber exatamente quanto está pagando em termos de impostos e custos de transações. Assim, você evita surpresas desagradáveis ao sacar seu dinheiro no futuro.
10. Avalie todos os cenários
Um investidor de sucesso sempre avalia todos os cenários possíveis. Em vez de considerar apenas as promessas de ganhos, quem sabe investir conta também com os riscos de optar por determinado investimento. Para se tornar um investidor melhor, adote a prática de analisar os prós e os contras de cada produto. Fuja do otimismo em excesso e saiba que pode haver perdas mesmo em investimentos mais conservadores.
11. Seja paciente
A ansiedade é uma das grandes inimigas de quem está começando a investir. Não são poucas as pessoas que ficam tensas quando compram uma ação e, em seguida, o preço dela cai. Ansiosas, vendem o papel e, logo depois, o valor volta a subir.
Não entre nesse erro! Adote a boa prática de ter paciência e não se assustar se o preço de uma ação cair e/ou o rendimento de determinada aplicação não for tão satisfatório. Tenha calma e faça uma análise cuidadosa do cenário e das opções disponíveis antes de tomar uma decisão. É possível ter lucro mesmo quando o mercado está em queda.
Mitos e verdades sobre investimentos
Muito se fala nas vantagens de investir para obter retornos significativos na vida financeira. No entanto, muitas pessoas ainda acreditam em alguns mitos sobre investimentos que as impede de aproveitar os rendimentos de determinadas categorias de aplicações. É por isso que a seguir explicamos os mitos mais infundados, para que você passe longe deles, e também as verdades sobre investimentos. Acompanhe!
1. Investir em imóveis é sempre a melhor opção
Mito. Durante muito tempo, o sonho da casa própria esteve distante da maioria dos brasileiros. Essa situação fez crescer a ideia de que ter imóveis para locação era a melhor opção de investimento, afinal, sempre há gente precisando alugar.
No início dos anos 2000, o boom do setor da construção civil e algumas iniciativas do governo federal para ampliar as possibilidades de aquisição de imóveis animou os empresários do ramo. Junto deles, as pessoas comuns também se animaram a adquirir casas e apartamentos como uma forma de rentabilizar.
Mas será mesmo que um imóvel é a melhor opção de investimento? Parece que não. A partir de 2012, o mercado imobiliário brasileiro percebeu que estava abaixo da média global, o que fez com que os preços fossem reajustados pouco a pouco. Hoje, com o aumento da taxa Selic, os rendimentos com aluguéis foram perdendo valor.
2. Confiscar investimentos é hoje uma ação impensável
Verdade. Depois do trauma vivido com a poupança durante o governo Collor, muitos brasileiros, sobretudo os mais experientes, passaram a olhar com desconfiança os investimentos. Há quem ainda hoje prefira guardar dinheiro em casa por conta da medida desastrosa tomada nos anos 1990.
No entanto, é consenso entre os economistas e profissionais especializados no mercado financeiro que esse tipo de medida é uma ação que sequer passa pela cabeça dos governantes. Na medida em que o mercado se organizou a partir do acontecido no início da redemocratização do país, não há chances de isso acontecer novamente.
3. Só ganha dinheiro na Bolsa de Valores quem sabe especular
Mito. Por falta de conhecimento mais aprofundado, grande parte dos brasileiros acredita que quem opera o mercado de ações é o típico “espertalhão”, que vive de especulações e informações privilegiadas. Mas isso não é verdade. Há poucos casos de pessoas que ficaram milionárias comprando e vendendo ações conforme os movimentos do mercado.
Investir em bolsa de valores pode ser muito rentável até para quem não tem conhecimentos técnicos, uma vez que existem consultorias especializadas em cuidar da carteira de investimentos de clientes com pouca prática no assunto. E não, não é preciso “especular”. É, sim, preciso fazer investimentos em papéis de empresas sólidas e ter auxílio especializado para lidar com os altos e baixos do mercado de ações.
4. Não existe ganhar dinheiro fácil em investimento
Verdade. Não existe dinheiro fácil de forma alguma. Aliás, é importante que o investidor desconfie quando receber ofertas do tipo “transforme R$ 200 em R$ 200 mil em apenas um mês”. Os investimentos mais rentáveis são aqueles que oferecem rentabilidade em médio e longo prazos. Não existem lucros milagrosos pelo simples fato de que o dinheiro não se multiplica por conta própria.
5. O gerente da conta-corrente é a única pessoa confiável para me indicar investimentos
Mito. É bem verdade que os gerentes de contas são profissionais capacitados e que podem ser muito úteis para quem quer fazer investimentos. Mas eles não são os únicos.
Pelo contrário, a tendência é que o gerente só ofereça produtos e serviços financeiros do próprio banco, o que diminui o poder de diversificação dos investimentos. É importante não perder de vista que ele tem metas a bater, logo, sempre se esforçará para convencer seus clientes a investirem nos papéis que forem mais rentáveis para ele.
Além de contar com o gerente de contas do banco, o investidor deve também olhar para assessorias financeiras de bancos de investimentos. Essas instituições normalmente têm um leque maior de ofertas nacionais e internacionais para ofertar, e elas trabalham com o sucesso de seus clientes para potencializar os próprios ganhos.
6. Títulos do Tesouro Direto são muito seguros
Verdade. Com a crise que o país está vivendo neste momento, correm vários boatos de que o governo brasileiro poderia dar um calote na dívida pública. Muitos especialistas afirmam que isso não é verdade. E mais: apesar de todo investimento ter seu grau de risco, é consenso entre os economistas que investir no Tesouro Direto é uma das decisões mais seguras que existem hoje.
7. Investir em renda fixa é garantia de não perder dinheiro
Mito. O termo “renda fixa” normalmente soa como “renda garantida”, mas isso não é verdade. É possível, sim, perder dinheiro investindo em renda fixa — ou, no mínimo, não ganhar na quantidade esperada. Fundos de renda fixa são ativos que podem perfeitamente ter volatilidade, ainda que não na mesma proporção que a renda variável.
É importante sempre ter em mente o chamado “risco de mercado”, que está ligado a ativos prefixados. Quando há uma variação positiva na taxa de juros, por exemplo, o investidor pode ter prejuízos se desejar fazer o resgate antecipado. Nesse caso, o mais aconselhado é esperar até o vencimento do título para obter a rentabilidade contratada.
8. Investir em fundo imobiliário é melhor do que investir em imóvel físico
Verdade. É comum muita gente acreditar que é melhor comprar um imóvel do que investir em fundos imobiliários. Mas a verdade é que, ao investir em títulos de fundo imobiliário, não existem mais as preocupações com reformas e manutenção, inadimplência do locador, tributação do valor do aluguel etc, típicas de quem tem um imóvel.
A liquidez dos fundos imobiliários é garantida, pois os títulos são negociados na bolsa de valores, o que permite ao investidor comprar e vender no momento em que achar mais apropriado, o que não acontece com tanta facilidade no caso de um imóvel fixo.
Saber como investir dinheiro ajuda no seu futuro
O mundo dos investimentos não está restrito apenas aos grandes investidores, e ninguém precisar ser um guru para realizar investimentos simples. Para isso, basta evitar os altos riscos e se familiarizar com alguns conceitos básicos, como liquidez, rentabilidade, juros, inflação e taxas de administração.
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