O Open Insurance, ainda em fase de implementação, promete remodelar profundamente o setor d seguros, com expectativas de maior impacto a partir de 2025. Mas o que o Open Insurance realmente significará para o futuro do mercado de seguros?
Trago para você uma análise sobre os potenciais impactos, desafios e oportunidades que essa inovação oferece ao futuro do mercado de seguros.
Impacto no lucro e desenvolvimento de novos produtos
Quando se fala em Open Insurance, uma das primeiras questões que vêm à mente dos executivos é o impacto nos lucros. No entanto, é interessante notar que 79% dos profissionais do setor acreditam que o lucro das empresas não será negativamente afetado, segundo o estudo Análise de Mercado do Open Insurance.
Mas como isso é possível? O segredo está na inovação. O Open Insurance abre um leque de possibilidades para o desenvolvimento de novos produtos de seguro, adaptados às necessidades específicas dos clientes.
Aliás, 77% dos entrevistados no estudo veem uma oportunidade para a criação de novas soluções de seguro. Isso significa que, em vez de uma ameaça à lucratividade, o Open Insurance nos dá a chance de repensar nossos produtos e serviços.
No entanto, é preciso considerar também a perspectiva de surgimento de novas seguradoras — 73% dos entrevistados no estudo acreditam que isso acontecerá.
Concretizando-se essa previsão, a concorrência se tornará mais acirrada, exigindo que as empresas não apenas abracem o Open Insurance em si, mas também aprimorem suas estratégias de marketing e de relacionamento com o cliente.
Por isso, este é o momento de inovar, de sermos proativos e de transformarmos os dados proporcionados pelo Open Insurance em soluções que atendam às demandas do mercado.
Transformação no futuro do mercado de seguros
A revolução do Open Insurance provavelmente não será uniforme em todos os ramos do setor de seguros. O estudo que mencionei revela que alguns segmentos, como os de seguro auto, vida e previdência, estarão na linha de frente dessa transformação — 76% dos profissionais acreditam que o seguro auto será significativamente impactado, seguido por 73% para seguros de vida e 64% para previdência.
E o que isso significa na prática? Bem, no segmento de seguros auto, por exemplo, poderíamos ver o surgimento de modelos mais flexíveis e personalizados, baseados em como e quando o veículo é utilizado.
No seguro de vida, a personalização poderia se basear em estilos de vida e escolhas de saúde dos clientes. Já na previdência, a inovação pode vir na forma de planos mais adaptáveis às diferentes fases da vida do usuário.
Mudanças como essas beneficiariam os consumidores, com produtos mais alinhados às necessidades, mas também desafiam as seguradoras a serem mais ágeis e inovadoras. Por isso, é fundamental saber se adaptar rapidamente e aproveitar os dados disponíveis para criar soluções mais personalizadas.
Desafios na implementação e preparação do setor
Embora o Open Insurance prometa revolucionar o futuro do mercado de seguros, a transição apresenta desafios, sendo os principais o preparo tecnológico e o conhecimento sobre o Open Insurance.
O estudo citado acima, indica que o conhecimento geral da sociedade em relação ao conceito de Open Insurance é baixo, com uma pontuação de apenas 2,4 em uma escala de 0 a 10. Mesmo entre os profissionais do setor, o conhecimento fica em 5,2, enquanto o preparo tecnológico é avaliado em 5,3.
Essa lacuna de conhecimento e preparo tecnológico exige uma resposta das empresas do setor. É essencial investir na capacitação dos profissionais, além de aprimorar a infraestrutura tecnológica para suportar a troca segura e eficiente de dados.
Com isso, não é difícil entender por que 80% dos profissionais entrevistados no estudo acreditam que o mercado sentirá os impactos do Open Insurance só em 2025.
O setor precisa não só entender o Open Insurance, mas também antecipar como ele modificará as relações com os clientes, os modelos de negócios e as estratégias de mercado.
Além disso, não podemos nos esquecer das questões regulatórias e da privacidade. O compartilhamento de dados no Open Insurance deve ser feito com o consentimento explícito do cliente e em conformidade com as leis de proteção de dados.
Nossas empresas devem garantir a segurança e a confidencialidade das informações compartilhadas, estabelecendo um ambiente de confiança benéfico tanto para os consumidores quanto para as seguradoras.
O Open Insurance representa uma grande evolução, trazendo consigo desafios, mas, mais importante, oportunidades de inovação e crescimento. E, por isso, é hora de nos prepararmos para abraçar as possibilidades que estão se abrindo.
Nuno David é Diretor Comercial e de Marketing na MAG Seguros e atua no mercado segurador há mais de 25 anos. Assine sua newsletter no LinkedIn: Seguros 360º.