Aposentadoria no Brasil: pesquisa mostra preocupação da população

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ícone de calendário indicando a data da publicação​ Criado em 16/07/2018 | Atualizado em 15/08/2022

O Brasil está em 3º lugar entre 15 países na Pesquisa de Preparo para a Aposentadoria, mas não tem muitos motivos para comemorar. A posição de destaque no ranking é influenciada por fatores como compreensão financeira e consciência sobre o ato de poupar, mas ofusca a falta de ações concretas para planejar a aposentadoria.

Segundo a pesquisa, mais da metade dos brasileiros (52%) acreditam que as próximas gerações vão ter uma situação financeira pior do que os atuais aposentados no Brasil.

A edição de 2018 da pesquisa explora a necessidade global de reformulação de um novo Pacto Social, com base na sustentabilidade, resiliência e adaptabilidade para o futuro.

Infográfico reúne principais dados da pesquisa

Aposentadoria no Brasil: veja dados da pesquisa da Mongeral Aegon

Confira a pesquisa completa e veja como o brasileiro se prepara para a aposentadoria

Nova regra para aposentadoria é vista como ameaça por brasileiros

Os números da pesquisa são justificados pelo cenário atual do país. Os debates sobre a previdência no Brasil, que ficaram mais fortes durante o ano de 2017, acenderam o risco de perder benefícios oferecidos pela seguridade social.

O estudo mostra que as mudanças no INSS são o principal fator elencado pelos entrevistados como motivo que pode atrapalhar os planos para a aposentadoria. Com 54%, a média dos brasileiros supera a global dos 15 países pesquisados, que ficou em 38%.

Maior expectativa de vida e mudanças no mercado de trabalho afetam aposentadoria

Em todo o mundo, o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população fazem parte de um conjunto de fatores que estão colocando uma forte e crescente pressão financeira nas redes de proteção social. Além disso, a tecnologia está mudando a forma como as pessoas vivem e trabalham.

Os empregos estão cada vez mais flexíveis e já não significam uma ocupação para toda a vida. Essas e outras mudanças vêm impactando o conceito de aposentadoria, fato ainda não incorporado por todos os trabalhadores nos dias de hoje.

“Os brasileiros esperam que 48% de sua renda na aposentadoria seja proveniente das receitas pagas pelo governo através da seguridade social, e que apenas 29% da renda venha de planos realizados pelo próprio indivíduo”, explica Leandro Palmeira, diretor de Pesquisa do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon, responsável pelo estudo no país.

A população brasileira entende que precisa de mais dinheiro na hora da aposentadoria. Segundo o estudo, os pesquisados afirmam que precisarão de 75% da renda atual na hora do descanso, média superior à global, que ficou em 68%, e a terceira mais alta entre os 15 países pesquisados.

Este dado, no entanto, se contrapõe à prática: apenas 21% dos brasileiros têm um planejamento financeiro formal para a composição de renda na aposentadoria.

Brasileiro espera se aposentar aos 60 anos

Mesmo sem poupar adequadamente, os brasileiros esperam se aposentar antes do que na maioria dos outros países, aos 60 anos de idade, e viver por mais 20 anos.

O Brasil está ao lado de China e Índia, e atrás apenas da Turquia, cuja média de idade esperada para aposentadoria é de 58 anos. Países desenvolvidos como França, Inglaterra e Holanda têm médias acima de 65 anos de idade.

Previdência privada é vista como alternativa para aposentadoria

A necessidade de assumir as rédeas pelo próprio planejamento familiar já é uma realidade e pode ser explicada com dados demográficos.

Considerando o sistema previdenciário público do Brasil, no ano de 2000 existiam 8,4 trabalhadores para financiar cada aposentado. As projeções apontam que esta proporção cairá para 4 no ano de 2030 e para apenas 2 em 2060.

Um dos mecanismos que podem ajudar no planejamento financeiro é a chamada inscrição automática em planos de previdência privada oferecidos pelos empregadores.

O estudo mostra que 58% dos brasileiros entrevistados entendem que esta iniciativa seria positiva. Em média, os brasileiros estariam dispostos a contribuir com 9,1% de sua remuneração por mês neste sistema.

Questões demográficas

Nos dias de hoje, aproximadamente 8% da população brasileira tem mais de 60 anos e as despesas da previdência social somam algo como 12% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Este nível de gasto é semelhante a países como Alemanha, Espanha e Grécia, mas com um detalhe: para cerca de 25% da população nestes países.

“O Brasil está passando por uma gigantesca e irretratável mudança em sua demografia. Ao desafio do envelhecimento, somam-se incertezas quanto às condições financeiras no futuro e quanto à condição de saúde para desfrutar de uma vida tranquila”, comenta Palmeira.