Os cuidados contra o coronavírus mudaram radicalmente o ritmo do mundo em menos de 6 meses. Com mais de 5 milhões de infectados e acima de 350 mil mortos em mais de 100 países, a COVID-19 negativou o preço petróleo, aumentou o nível de desemprego nos Estados Unidos em mais de 800% e trancou em casa 52% da população do planeta.
Mas o que fez dessa doença tão diferente de outras pandemias? Quais são as estratégias de prevenção contra o novo coronavírus? São respostas para essas e outras questões que você confere agora! Fique de olho para manter a saúde em dia!
O que é COVID-19?
Para esclarecer questionamentos e aumentar os cuidados contra o coronavírus, é preciso primeiramente compreender o que é coronavírus.
Coronavírus é o nome de uma família de vírus causadores de doenças respiratórias que têm em comum sua estrutura em forma de coroa. Trata-se de um nome genérico para um grupo de vírus já conhecidos, como:
• Alpha coronavírus 229E e NL63;
• Beta coronavírus OC43 e HKU1;
• SARS-CoV (causador da Síndrome Respiratória Aguda Grave ou SARS, que, entre 2002 e 2004, matou 774 pessoas no mundo);
• MERS-CoV (causador da Síndrome Respiratória do Oriente Médio ou MERS, que matou 898 pessoas no mundo entre 2012 e 2019).
O novo coronavírus (SARS-CoV2, sigla para “Síndrome Respiratória Aguda Grave – Coronavírus2”) foi identificado pela primeira vez na cidade chinesa de Wuhan, em 31/12/2019.
Causador do diagnóstico de COVID-19, ele ainda não tem origem esclarecida, embora haja estudos que trabalhem com a hipótese de ele ser uma mutação da versão que parasita cobras, morcegos ou pangolins.
Em todo o mundo, o novo coronavírus já vitimou centenas de vezes mais do que os anteriores, citados acima. Segundo os cientistas, a razão para a maior letalidade é que esse agente patogênico se multiplica 1.000 vezes mais na região da garganta do que seus “primos mais velhos”.
Considerando que a transmissão da doença é feita, basicamente, pelo contato com gotículas de terceiros, como na tosse, no espirro, no aperto de mão ou no toque em objetos contaminados, a alta multiplicação do vírus na região da garganta faz da região bucal quase uma “bomba de contaminação”. Isso reforça a necessidade de redobrar os cuidados contra o coronavírus necessários à prevenção da doença.
Como saber se estou com COVID-19?
Segundo um estudo feito com os primeiros 99 contaminados em Wuhan, os principais sintomas da COVID-19 são:
• febre (83%);
• tosse (82%);
• falta de ar (31%);
• dor muscular (11%);
• confusão (9%);
• dor de cabeça (8%);
• dor de garganta (5%);
• rinorreia (4%);
• dor no peito (2%);
• diarreia (2%);
• náusea e vômito (1%).
Apesar dos sintomas lembrarem os de uma gripe, a comparação mais oportuna da COVID-19 é com a pneumonia, dada a potencial (e perigosa) inflamação dos pulmões. Vamos analisar os cuidados contra o coronavírus que podem evitar a contaminação.
Quais são os períodos de incubação e transmissibilidade?
Segundo o Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, o período médio de incubação da infecção pelo novo coronavírus fica entre 5,2 dias e 12,5 dias, em média.
A transmissibilidade dos pacientes contaminados é em torno de 7 dias após o aparecimento dos sintomas, embora já esteja claro aos cientistas que pacientes assintomáticos também são capazes de transmitir o vírus.
6 cuidados contra o coronavírus para adotar já
Vimos que a transmissão ocorre pelo contato com secreções e gotículas de pessoas contaminadas com o vírus. É por isso que estamos praticando o isolamento social e reforçando os cuidados como os que citaremos a seguir.
1. Higienização das mãos
Detergente e sabão dissolvem a capa de proteínas e lipídios que envolvem o material genético do vírus (pela “quebra” da gordura).
Quando o SARS-CoV2 está em suas mãos, ele não consegue penetrar no organismo pela pele, uma vez que sua camada externa é levemente ácida.
Entretanto, o vírus aguarda a oportunidade de ingressar pelo contato das mãos com regiões vulneráveis, como boca, nariz, olhos e ouvidos.
Daí a necessidade de lavar as mãos até a altura dos punhos com sabão, detergente ou álcool em gel, em todas as faces e por, pelo menos, 20 segundos.
2. Desinfecção de maçanetas e volantes
Virologistas do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos fizeram alguns testes para entender quanto tempo o novo coronavírus consegue sobreviver fora do organismo.
Embora os resultados ainda não sejam consensuais, trazem algumas pistas sobre o grau de resiliência do agente viral em determinadas superfícies e os cuidados necessários contra o coronavírus.
Já se sabe, por exemplo, que o vírus pode ficar suspenso por até 3 horas no ar. Outra descoberta é sua capacidade de sobrevivência por 4 horas em superfícies de cobre e de até 24 horas em papelão. Já plásticos e aço inoxidável oferecem suporte para resistência viral por um período de 2 a 3 dias.
Todas essas informações reforçam a necessidade de desinfectar maçanetas e volantes diariamente, sobretudo depois de retornar de ambientes externos. Esse processo de descontaminação deve ser feito com os mesmos produtos que você utiliza para limpar suas mãos.
3. Uso de calçados em casa
Seguindo essa lógica e acrescentando outros estudos, como os divulgados recentemente no Huffington Post, a capacidade de resistência do novo coronavírus nas roupas depende da fibra ou porosidade do tecido, raciocínio similar aplicado aos sapatos.
Na verdade, o vírus só se mantém ativo se a gotícula na superfície não estiver totalmente seca, o que significa que a atenção maior com roupas deve ocorrer apenas se alguém tossir ou lançar gotículas em sua direção. Com isso, levar vírus para casa por conta dos calçados não representa risco elevado.
Mesmo assim, como os estudos sobre o tema ainda estão no início (e considerando que a dúvida não é se as solas podem transportar o vírus, mas sim se ele se mantém ativo ao chegar em casa), o ideal é deixar os calçados na porta e preparar a casa, fazendo limpezas periódicas.
4. Limpeza dos alimentos
Por não ser um ser vivo, o vírus não é capaz de se reproduzir fora do organismo hospedeiro, não contendo, portanto, poder de se multiplicar em alimentos. O problema é com os alimentos expostos em supermercados, como frutas. Os cuidados contra o coronavírus devem estar também nas compras em supermercados.
Isso porque um consumidor pode espirrar sobre produtos que seriam ingeridos sem cozimento e sem retirada da casca (caso da maçã, por exemplo).
Se, minutos depois, outro cliente comprar esse alimento e levá-lo à boca, o vírus pode reativar-se, iniciando o ciclo de replicação.
Assim, as embalagens dos alimentos devem ser lavadas, e os que são oferecidos sem proteção também higienizados (se for possível, cozidos ou com sua casca retirada).
Vale lembrar que ainda não há consenso sobre eventual inativação do vírus em altas temperaturas, inclusive porque houve um caso de contaminação por COVID-19 dentro de uma sauna na província de Jiangsu, China.
5. Uso de máscara
Os assintomáticos são os grandes disseminadores do novo coronavírus. A razão é que esse perfil se expõe mais ao contato e não é evitado por outras pessoas.
Considerando que o Brasil é um dos países que menos testa no mundo, reforçar os cuidados contra o coronavírus com uso de máscaras é indispensável para se proteger de um inimigo invisível e, muitas vezes, “imperceptível”.
A máscara cirúrgica tem vida útil de 2 horas (após isso, a umidade da transpiração é transferida para o material da máscara, comprometendo sua proteção).
Caso seja utilizada proteção de pano (não descartável), a higienização deve ser feita com água/sabão ou vapor por pelo menos 10 minutos.
6. Redução dos contatos físicos
O isolamento social ainda é a única forma conhecida de combater o aumento dos casos do novo coronavírus. O distanciamento reduz o risco de exposição e, com isso, diminui as chances de você retornar à sua casa e contaminar familiares.
Dessa forma, é altamente recomendável que as empresas mantenham seus colaboradores atuando a distância, sempre que a natureza de seus negócios os permitam produzir em regime de home office.
Quando não for possível atuar remotamente, é preciso evitar permanecer com outras pessoas em elevadores e em aglomerações e redobrar a atenção às dicas acima.
Quanto mais intensa for a prevenção coletiva, mais rapidamente a pandemia tende a ser superada no país. Por isso, após ter lido sobre o que é o coronavírus, como ele se transmite e como proteger você e sua família, tome esses cuidados e faça a sua parte no combate à COVID-19.