A terceira temporada do Zona Segura, podcast sobre seguros da MAG, começa com tudo nesta segunda-feira (21) com o lançamento de um episódio mais do que especial com Rafaela Silva, a primeira brasileira campeã mundial de judô e dona de duas medalhas olímpicas. Ela teve uma conversa recheada de aprendizados com o novo apresentador do nosso videocast, Leonardo Lourenço, diretor comercial da MAG Seguros.
Desde os desafios de se tornar atleta, a pressão da opinião pública e as dificuldades em preservar sua saúde mental, Rafa Silva não hesitou em abordar mil e um assuntos sobre sua história de vida no Zona Segura. Você pode acompanhar a conversa pelo YouTube ou nas linhas a seguir!
O início da história de Rafaela Silva no judô
Rafaela Silva, cria da Cidade de Deus, conheceu o judô por meio da associação de moradores da comunidade, a pedido de seu pai. Mas ela não esconde que o esporte não era a sua primeira opção: “As opções de atividades eram dança, futebol e judô, que nem sabia o que era na época. Então eu fui inicialmente para o futebol”.
Apesar do interesse em jogar bola, o futebol tinha uma desvantagem: ela não participava das competições porque o time era masculino — e isso tudo era um grande desperdício da competitividade sem fim que vive dentro de Rafa. Assim, ela recorreu ao judô, que era mais “democrático”: “No judô, treinava homem com mulher, quem tem dinheiro com quem não tem, quem tem kimono com quem não tem…”
Aos 8 anos, sua família saiu da Cidade de Deus para morar na Freguesia de Jacarepaguá, mas o destino não a deixaria ficar longe demais do judô: havia uma academia do esporte justamente na rua da sua casa. Depois de poucas aulas, o professor avisou ao seu pai que “tinha um diamante bruto ali” e ela tinha futuro na seleção brasileira de judô — e pode-se dizer, depois de ganhar duas medalhas nas Olimpíadas e sete no mundial, que o resto é história.
Por mais que a (ótima) iniciativa do judô tenha partido de seu pai, o foco dele nunca foi medalhas nem vitórias, e sim a segurança de sua filha: “A única coisa que ele pediu foi pra gente não se machucar em competição, já que não tínhamos dinheiro para nenhum tratamento. Ele nunca cobrou resultado nem treino de mim”, explica ela.
“Minha vida é o judô”
Todas as conquistas de Rafaela no judô não são por acaso: ela sempre se diferenciou no esporte, seja por sua coordenação motora (“eu pulava muro e jogava bola desde nova”) ou pela alta competitividade que lhe dá fogo nos olhos — e chega a ser engraçado pensar que ela começou no judô apenas para “brincar”.
Ainda que seja um pouco cabeça-quente, Rafaela explica que teve que mudar seu jeito de ser pelo judô: “Fui me adaptando no esporte, porque o judô cobra muita disciplina e hierarquia. Você tem que respeitar o mais velho, o atleta mais graduado. Competir e treinar era o mais fácil para mim. Já a disciplina…”
Hoje em dia, Rafa vive e respira o judô 24 horas por dia. “O pessoal brinca que eu tenho um HD externo, porque eu conheço do peso ligeiro ao peso pesado, sei tudo o que as atletas brasileiras fazem”, ri ela. A judoca acompanha todas as competições do Brasil, mesmo de madrugada, para aprender golpes novos e descobrir estratégias diferentes para aplicar no tatame.
A sua dedicação é um grande diferencial: os treinadores confiam nela para surgirem, juntos, com táticas para cada partida. “Essa confiança entre o treinador e o atleta é muito importante”, avalia Rafa Silva.

Como perseverar diante dos desafios do esporte
“Pareceu o fim do mundo para mim”, compartilha Rafa sobre sua desclassificação por golpe irregular na Londres 2012, a primeira Olimpíada do seu currículo. Com apenas 19 anos e o peso da expectativa de voltar para casa com uma medalha, ela recebeu comentários odiosos e racistas na Internet e chegou a virar notícia no Jornal Nacional ao bater boca com internautas.
Foi nesse momento que ela conheceu o ônus e o bônus das Olimpíadas: você participa de eventos, ganha patrocínios, mas recebe um banho de gelo se não tiver um bom desempenho. “No Brasil, você não pode perder nada depois de ganhar uma medalha nas Olimpíadas”, critica.
Por outro lado, após sua desclassificação, muitos treinadores de adversárias vieram ao seu apoio ainda na Olimpíada: “Disseram que o esporte era assim, que eu era muito nova e tinha muita coisa para conquistar ainda. Isso mexeu muito comigo porque entendi meu real valor no esporte”, revela.
O episódio fez com que Rafaela desistisse do esporte, até começar a fazer acompanhamento com uma coach que a ajudou a superar a opinião pública e se entregar novamente ao judô. Hoje em dia, ela aprendeu a sua lição: “Não vejo o celular durante as competições, só ao final de tudo. Quando tenho um desempenho ruim, passo uns três dias sem entrar na Internet.”

Uma hora todo mundo tem que aprender sobre educação financeira
“Depois da Olimpíada do Rio, eu ganhei muito dinheiro e terminei gastando muito porque pude comprar tudo o que nunca pude ter quando era criança”, confessa Rafaela. Como não havia ninguém para lhe orientar sobre planejamento financeiro ou gestão de finanças, ela pensava que tinha renda garantida todos os meses — o que não é verdade, considerando a natureza do trabalho de um atleta.
Entre diferentes patrocínios e prazos de contratos, Rafa caiu na realidade quando parou de treinar um tempo após a Londres 2012. “O judô não é para a vida toda. Entro nas competições como se fosse a última para dar o melhor de mim, porque não sei se será o meu último salário. O judô pode acabar a qualquer momento por causa de uma lesão”.
Depois que organizou sua vida financeira, Rafa conseguiu usar o dinheiro ao seu favor e se preparou para a vida: comprou sua casa e carro, deu uma vida melhor aos seus pais. “A gente não sabe o dia de amanhã, não importa se é no judô ou na vida”, avisa ela.
E o que Rafa planeja para seu futuro?
A judoca não nega que está em busca da classificação para Los Angeles 2028 — diz ela que deseja participar de pelo menos mais uma Olimpíada. Depois, ela planeja entrar na comissão técnica do Brasil e contribuir para o esporte brasileiro com um projeto social em parceria com sua irmã, a Raquel Silva, “para passar para as próximas gerações o que o judô proporcionou para a gente”.
Acompanhe a 3ª temporada do Zona Segura!
Além da Rafa Silva, a nova temporada do Zona Segura promete trazer um elenco de peso para compartilhar reflexões sobre vida, educação financeira e Seguro de Vida. Não fique de fora! Tem episódio novo todo mês lá no YouTube e no Spotify da MAG Seguros.
Não aguenta esperar o próximo episódio? Então confira os papos incríveis que as temporadas anteriores renderam!