Um bom planejamento financeiro depende de algumas habilidades com matemática. E não tem como fugir. Esse é o caso do cálculo dos juros compostos.
Por mais que muita gente não goste, fazer contas traz clareza sobre quanto o seu dinheiro vai render em cada modalidade de investimento.
Portanto, não basta saber somar, subtrair, dividir e multiplicar. Além das operações fundamentais, outros tipos de conta precisam ser levadas em consideração, como o cálculo dos juros compostos.
Contudo, não se assuste. Com algumas dicas não é difícil entender o que são os juros compostos, como calculá-los e de que forma eles afetam o seu bolso, tanto de forma positiva quanto negativa. Por isso, acompanhe!
O que são juros compostos?
Certamente você já ouviu falar em juros compostos, mesmo que com outro nome. Afinal, eles são os famosos juros sobre juros, vistos por muitos como os vilões de qualquer endividamento.
Para entender melhor os juros compostos, vamos dar um passo para trás e entender o que são os juros como um todo.
Na prática, os juros são o valor acrescido ao montante inicial de uma operação de crédito ou de uma aplicação financeira, como forma de remunerar tal ação. Complicado? Com um exemplo você vai ver que não é bem assim.
Imagina que você empresta certa quantia do banco. Após determinado período, você precisa devolver aquele montante com o acréscimo de um valor pré-determinado, certo? Esses são os juros. Quanto mais tempo passa, maiores eles costumam ser.
Existem duas formas de calcular os juros. A mais simples delas é a dos juros simples, cujo acréscimo incide apenas sobre o valor inicial da operação e não sobre os valores corrigidos à medida que o tempo passa.
Portanto, pense, por exemplo, num empréstimo de R$ 1.000,00 pago em 4 meses, com juros de 2% ao mês.
Nessa hipótese, o valor final a ser pago seria de R$ 1.080,00, já que os novos acréscimos se dão sempre somados ao valor inicial e os juros acumulados ao longo do período não entram na conta dos cálculos das cobranças adicionais.
Como é o cálculo dos juros compostos?
Dentro da matemática financeira, o cálculo dos juros compostos considera o valor imediatamente anterior da operação financeira e nunca sobre o valor inicial. Não por menos, eles são chamados de juros sobre juros, como já mencionamos.
De novo, vamos recorrer ao novo exemplo do empréstimo. R$ 1.000,00, com juros de 2% ao mês. Dessa forma, no final do primeiro mês, o tomador do empréstimo estará devendo R$ 1.020,00. Até aqui, o mesmo valeria para uma operação feita com juros simples.
A partir do segundo mês é que a situação muda no cálculo dos juros compostos. Portanto, se nos juros simples seriam acrescidos mais R$ 20,00 referentes ao valor inicial, nos juros compostos será necessário fazer o cálculo a partir dos R$ 1.020,00 relativos ao final do mês anterior.
Com isso, já no final do seguro mês, o acumulado da dívida será de R$ 1.040,40. Após 3 meses serão R$ 1.061, 20 e no final dos 4 meses do nosso exemplo, a dívida terá valor acumulado de R$ 1.082,42.
Ou seja, serão R$ 2,42 a mais do que aconteceria se a dívida tivesse sido calculada com juros simples.
Para quem se dá bem com letras e números uma fórmula ajuda a calcular os juros compostos: M = C (1 + i)t. Nessa fórmula temos:
- M, relativo ao montante acumulado, seja da dívida ou do investido;
- C, relativo ao capital emprestado ou aplicado;
- i, relativo à taxa de juros;
- t, relativo ao tempo da operação;
É sempre bom reforçar que a taxa de juros e o tempo devem estar sempre na mesma ordem de grandeza. Logo, se os juros são cobrados por mês, tempo também deve ser inserido na equação em meses.
Por que saber fazer esse cálculo?
Embora no nosso exemplo a diferença entre juros simples e juros compostos no resultado tenha sido de apenas R$ 2,42, não se engane.
Em operações com prazos e valores maiores, a forma como os juros são calculados altera consideravelmente o montante final, tanto a seu favor como contra o seu bolso.
Com isso, é essencial não só entender o que são os juros compostos, mas sempre calculá-los antes de qualquer operação que envolva a cobrança de juros. Dessa forma, você evita surpresas que podem comprometer seu planejamento financeiro.
Em que situações é possível utilizar os juros compostos?
Os juros compostos marcam presença em inúmeras situações do dia a dia quando estamos lidando com dinheiro.
É o caso, por exemplo, de empréstimos, financiamentos e outros compromissos, como faturas de cartão de crédito e contas pagas em atraso.
Nesses casos, ele facilmente se transforma num vilão, dando fôlego ao famigerado efeito bola de neve, no qual os juros vão se acumulando e, em vários cenários, tornam os débitos impagáveis.
Já para quem aplica seu dinheiro em diferentes ativos financeiros, os juros compostos são um excelente aliado.
Os ganhos da aplicação vão se somando aos montantes acumulados, fazendo com que ele aumente progressivamente à medida que o tempo passa.
Não é ótimo? Isso pode ser valioso para quem tem metas no longo prazo ou para quem mantém uma reserva financeira, por exemplo. Nesse sentido, os juros compostos fazem o tempo trabalhar ao seu favor.
Quais são os benefícios de saber usá-lo?
Para quem quer fugir das dívidas, ou até mesmo já está endividado, os juros compostos são uma ferramenta importante para entender melhor quais são as dívidas mais perigosas. Ou ainda saber como escolher melhor as ofertas de crédito disponíveis.
Com isso, em caso de aperto, fica mais fácil lidar com as contas e priorizar aquelas cujos juros são mais pesados.
No sentido oposto, o cálculo dos juros compostos permite identificar quais os melhores investimentos.
Bem como qual o prazo ideal para tirar o melhor proveito de cada aplicação financeira. Com isso, fica mais fácil alcançar os seus objetivos financeiros.
Viu como entender e fazer o cálculo dos juros compostos não é difícil? Com um pouquinho de prática, você dominará a fórmula para isso e poderá aplicá-la na sua vida financeira sempre que for preciso.
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