O segundo episódio da segunda temporada do Zona Segura convida Léo Farah para uma conversa recheada de dicas para se tornar um bom líder e cuidar de situações desafiadoras que demandam decisões difíceis. Nossa referência em Gestão de Desastres e Redução de Riscos, Léo Farah dedicou 19 anos como Capitão da reserva do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, e atuou em operações cruciais, como os rompimentos das barragens em Mariana e Brumadinho.
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Carreira na Reserva dos Bombeiros
Léo Farah admite que a oportunidade de atuar como bombeiro caiu de paraquedas em sua vida: ele planejava seguir os passos de seu pai e fazer medicina, quando fez concurso para o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais e se apaixonou pela profissão. A dedicação à sua carreira em resgates se dá, em parte, pela descarga grande de adrenalina durante as ocorrências, além da satisfação de receber a recompensa imediata ao salvar uma vítima.
Atuar como bombeiro permitiu que Léo enfrentasse desafios e superasse situações árduas. Seu currículo inclui tragédias como os deslizamentos em Petrópolis (2022) e, recentemente, as enchentes no Rio Grande do Sul (2024). Contudo, para ele, as ocorrências mais difíceis até então foram o resgate de dois bombeiros soterrados em um deslizamento de terra e um terremoto na Turquia.
No primeiro caso, Léo Farah compartilha que estava de férias quando foi chamado ao resgate. Foi uma situação especialmente tensa, pois foi quase necessária a amputação de um dos bombeiros — porém, felizmente resgataram todos a tempo com sucesso.
Já a ocasião da Turquia envolve resgate de pessoas sob escombros a temperaturas gélidas, como −18 °C, por mais de quatro dias consecutivos. Léo chegou a enfrentar um tremor durante o resgate, o que dificultou ainda mais o processo.
Como se preparar para situações difíceis?
Léo Farah também compartilhou como se preparava para situações difíceis, de resgate de vítimas, durante seus tempos de bombeiro. O preparo deve ser constante e feito quando não estiver em operação, para conseguir se concentrar no resgate e atender as vítimas corretamente. A ideia é imaginar o pior que poderia acontecer em uma ocorrência, para evitar a paralisia de não saber como responder ao chamado.
Segundos sua experiência própria, 95% das ocorrências de Léo são mais fáceis do que o treinamento, 4% são no mesmo nível, e 1% supera porque é impossível reproduzir com perfeição o que há de real, como o choro de uma mãe ou o sofrimento de uma criança.
Como ser um bom líder, segundo Léo Farah
Diferente do que muitos pensam, as pessoas de destaque de um time não são as mais técnicas, na opinião de Léo. Ele prefere integrantes mais humanos, que sabem cuidar do próximo e se asseguram do bem-estar de todos. Esse é um sinal de comportamento de dono, de alguém capaz de enxergar o processo por inteiro e de refletir sobre o trabalho de todos os envolvidos.
Léo Farah indica que uma das principais características de uma boa liderança é saber ouvir atentamente seus liderados, e não apenas falar e dar a instruções. Também é importante demonstrar vulnerabilidade, em vez de ter medo de expressar fraqueza. Além disso, é necessário ter coragem para tomar decisões difíceis, fora assumir as suas próprias responsabilidades pela escolha feita. Assim, o time se sente mais motivado a ousar, pois sabe que não receberá a culpa por algum erro.
E Léo Farah dá uma dica para enfrentar escolhas complicadas: passe um café antes de tomar uma decisão difícil para evitar erros de julgamento. Léo explica que, mesmo que seja algo urgente, por que não esperar 20 minutos? Esse é o tempo suficiente para “desativar” o modo combate do cérebro, que prejudica seu raciocínio. Gostou do episódio? Assista a mais conversas que vão abrir a sua mente! Clique abaixo e confira a playlist completa do Zona Segura: