Bolha financeira: entenda o que é e quais os impactos para a população
Publicado em: 06/01/20226 minsÚltima modificação em: 08/02/2023

Educação Financeira

Bolha financeira: entenda o que é e quais os impactos para a população

Você sabe o que é uma bolha financeira? Na definição técnica, esse fenômeno diz respeito a situações em que a […]

Você sabe o que é uma bolha financeira? Na definição técnica, esse fenômeno diz respeito a situações em que a cotação de um determinado ativo financeiro se desloca totalmente do seu valor efetivo.

Tal comportamento do mercado gera uma série de problemas e impacta de forma significativa toda a economia em muitos casos.

Para entender o que é uma bolha financeira e quais as suas consequências para a população, acompanhe a leitura. Explicamos de forma clara tudo o que você precisa saber sobre o assunto para se prevenir.

O que é uma bolha financeira?

O que é bolha financeira

Embora pareça um conceito abstrato, as bolhas financeiras estão na raiz de algumas das principais crises econômicas pelas quais o mundo já passou.

A de 2008, por exemplo, teve início quando a bolha de financiamentos do mercado imobiliário norte-americana estourou, levando junto alguns dos principais bancos do mercado e causando enormes turbulências mundo afora.

Como já destacamos na introdução, uma bolha acontece quando o valor de determinado ativo começa a se valorizar muito além do que seria considerado o real para aquele produto. A partir disso, todo o mercado passa a trabalhar com visão completamente distorcida a respeito do valor daquele ativo.

O nome bolha, de certa forma, vem desse processo de crescimento do valor de determinado ativo que, ao mesmo tempo que se dá de forma muito rápida, é muito instável: basta uma pequena mudança para que a bolha exploda, fazendo com que toda a elevação dos preços experimentada naquele período vá embora rapidamente.

Como ela se forma?

Não é fácil explicar os motivos pelos quais o preço de determinado ativo é inflado a ponto de se descolar da realidade.

E isso pode acontecer com qualquer tipo de produto: é clássica a história do mercado de tulipas na Holanda, quase sempre apontado como o primeiro caso de bolha financeira da história, ainda no século XVII.

Ou seja, a formação da bolha não tem necessariamente a ver com a natureza do produto que sofre a valorização desproporcional. Além disso, é preciso reforçar que esse aumento na cotação não tem nenhuma base racional, técnica ou econômica.

Assim, quase sempre tal fenômeno está atrelado ao chamado efeito de manada. Funciona assim: ao perceber a popularidade de determinado ativo, cada vez mais pessoas vão atrás dele.

Com isso, a demanda aumenta muito, o que nem sempre é acompanhado pela oferta, fazendo com que os preços subam. Sendo assim, um sentimento de euforia toma conta do mercado, alimentando ainda mais a bolha.

Nesse processo, a irracionalidade domina as ações da maioria dos investidores, que sequer questionam se aquela valorização repentina tem a solidez necessária.

Nesse processo, quem consegue manter a calma e perceber a bolha se formando, ainda tem a possibilidade de obter algum lucro e se desfazer dos ativos sobrevalorizados antes que tudo estoure. No entanto, apenas uma pequena fatia dos investidores consegue fazer isso.

Ao começar a notar a desvalorização, o efeito manada se faz presente mais uma vez e todos com aquele produto em mãos tentam se desfazer dele rapidamente, o que leva a sua brusca desvalorização. É o estouro da bolha. Nessa hora, todo o mercado entra em pânico e os prejuízos tendem a ser generalizados.

Qual seu impacto sobre a economia?

Os impactos da bolha financeira na economia

O estouro de uma bolha financeira pode trazer consequências bem sérias para toda a economia, muitas vezes em dimensões globais.

A já citada crise de 2008 é um exemplo disso e obrigou países de todo o mundo a agir para minimizar os danos daquele abalo.

Abaixo, detalhamos algumas dos impactos mais comuns.

Índices de preços

Em um primeiro momento, o estouro da bolha leva a uma desvalorização brusca dos ativos envolvidos na especulação. É normal, inclusive, que mesmo o preço de outros itens que não estavam envolvidos no processo se desvalorize.

O colapso pode ser tão grande que não é raro que ativos percam até 90% dos valores num curto período. Em muitos casos, para todo o sistema financeiro não colapsar e levar juntos empresas e bancos, governos tem que intervir comprando esses ativos.

Recessão

Normalmente, o estouro da bolha leva a quebra de empresas e o aumento do endividamento de pessoas físicas e jurídicas, que não conseguem fazer novos investimentos.

Com isso, a roda da economia para de girar, a renda disponível diminui e o desemprego aumenta, levando a queda no PIB e a períodos de recessão que podem ser longos.

Como se proteger de uma bolha financeira?

Ainda que as características de uma bolha financeira sejam bem descritas, nem sempre é fácil perceber quando uma está se formando, inclusive quando se está dentro dela. Por isso, nos próximos tópicos damos algumas dicas do que fazer para não se proteger.

Manutenção de reserva financeira

Uma reserva financeira é parte essencial de qualquer planejamento financeiro. Então, para quem investe em ativos mais voláteis e mais suscetíveis a formação de bolha, a recomendação é reforçar o montante destinado para esse fim.

Assim, se houver qualquer tipo de imprevisto, o dinheiro acumulado será extremamente importante para ajudá-lo a atravessar momentos de maior aperto.

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Escolha cautelosa de ativos

Quando for colocar seu dinheiro em um novo ativo, faça uma avaliação cuidadosa. A partir das informações levantadas, desconfie daqueles com valores que pareçam descolados da realidade ou que apresentaram valorização muito rápida sem qualquer explicação.

Diversificação da carteira

A dica chave para se proteger de bolhas financeiras é a mesma para qualquer investimento: não concentre todo o seu dinheiro em uma única aplicação. Por exemplo, ao apostar na diversificação e distribuir os recursos entre diferentes ativos, você reduz riscos e aumenta as chances de retornos melhores.

Para acertar na diversificação, considere seus objetivos financeiros, suas metas de curto, médio e longo prazo e pese cada um dos riscos, para que eles estejam alinhados ao seu perfil de investidor.

A natureza cíclica de muitos fenômenos econômicos faz com que seja grande a possibilidade de uma nova bolha financeira causar problemas na economia brasileira e mundial.

Então, a cautela deve sempre prevalecer e ser acompanhada de um bom planejamento financeiro que permite a você alcançar seus objetivos.

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