Ter filhos exige empreendedorismo. Achou estranha essa frase? Se você fizer algumas contas e souber como se planejar para ter filhos, vai começar a concordar conosco. Para começar, só os cursos com o pré-natal ultrapassam a fronteira dos R$ 3 mil em clínicas particulares.
Apenas com o parto, os pais podem gastar até R$ 32 mil e, somente nos 2 primeiros anos de vida, a estimativa é que seu bebê use mais de 4 mil fraldas descartáveis… Bom, se você considerar tudo isso, perceberá que uma criança exige planejamento em nível profissional.
Mas como se planejar financeiramente para ter um filho? Neste artigo, não vamos nos ater ao que deve ser comprado quando ele nascer, tampouco ao custo detalhado de todas as despesas.
Aqui, vamos olhar a questão a partir de outra perspectiva — a do que você deve fazer para dar conta desse mundo de gastos que terá em breve! Vamos conferir?
1. Prepare-se para o período da gravidez
Quer aprender a se planejar financeiramente para ter um filho? Comece estudando como organizar a logística de afastamento da gestante do trabalho durante a gravidez. Monte um orçamento doméstico que cubra, inclusive, eventuais descontos nesse período, como o auxílio-transporte e o auxílio-alimentação.
Parece pouco, mas pense em quanto, anualmente, é possível perder apenas sem esses dois itens. Segundo a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), a licença-maternidade começa até 28 dias antes do parto ou a partir da data de nascimento do bebê (a critério da mãe).
O afastamento deve ser concedido por 120 dias. Há, ainda, a possibilidade de extensão da licença por mais 60 dias, período válido para funcionárias de companhias que fazem parte do Programa Empresa Cidadã.
De acordo com a lei, a estabilidade gestacional é assegurada desde o conhecimento da gravidez até 5 meses após o parto. Nessa fase, a empresa deve remunerar normalmente a colaboradora, sendo que, posteriormente, o INSS repassa os valores despendidos à companhia.
Após esses 5 meses, deve-se ter ciência de que a funcionária está sujeita, como qualquer outro colaborador, à demissão. É importante pensar nessas situações e organizar um orçamento doméstico que cubra eventuais “surpresas” nesse sentido.
2. Como se planejar para ter filhos com dívidas?
A resposta para esta pergunta pode ser complicada. O caminho para um planejamento ideal começa com a eliminação completa de suas dívidas. Isso porque as despesas com um filho, nos primeiros 3 anos de vida, podem consumir até 30% de seu orçamento doméstico.
Evidentemente, se você já tiver uma margem de seu salário líquido comprometido com financiamentos, empréstimos ou, pior, cheque especial, certamente enfrentará problemas financeiros.
O ideal, portanto, é que seu bebê chegue ao mundo em um momento em que a família tenha renda livre para prover suas necessidades básicas. Mobília, fraldas, enxoval, alimentos especiais, visitas constantes ao pediatra… Não é possível dar conta de tudo estando endividado, concorda?
3. Não abra mão de um chá de fraldas
Sim, essa festinha ingênua, que reúne amigos que se reencontram depois de décadas (com pacotes de fraldas nas mãos) não é nada inútil. Longe disso. Como dissemos anteriormente, a quantidade de fraldas que seu bebê vai consumir em seus primeiros anos de vida chega fácil à casa dos milhares.
Aliás, como se planejar financeiramente para ter um filho sem pensar na forma de cobrir os custos com fraldas? Partindo do pressuposto de que um pacote com 60 unidades, tamanho G, custa uma média de R$ 60, seu encargo total só com esse item pode chegar a mais de R$ 4 mil.
Mas é possível reduzir o valor dessa despesa com um singelo e afável chá de fraldas. Imagine que você consiga reunir 30 amigos e que cada um lhe traga um pacote com essas mesmas 60 unidades. Haverá, ao final do evento, gloriosas 1.800 fraldas para ajudar no início de sua jornada materna/paterna. Nada desprezível, não acha?
4. Faça uma reserva de emergência antes de planejar ter filhos
Se você e seu (sua) parceiro (a) estão cogitando ter um filho, podem pensar, antes mesmo de falar na decoração do quarto, em quanto devem juntar para formar um bom fundo de emergência para o pequeno.
Vamos fazer uma simulação? Imagine que vocês tenham decidido ter o primeiro filho em até 2 anos. Suponhamos agora que cada um tenha uma renda líquida de R$ 4 mil e que vocês tenham potencial de guardar 30% de seus rendimentos mensalmente (estaríamos, portanto, falando de R$ 1.200 x 2 = R$ 2.400).
Utilizando este simulador de independência financeira, se vocês aplicarem todos os meses esse montante em um Certificado de Depósito Bancário (CDB) que tenha rentabilidade hipotética de 12,61% ao ano, ao final de 24 meses terão acumulado impressionantes R$ 64.689,00. Interessante, não?
5. Invista em previdência privada e/ou seguro de vida infantil
Você deve ter estranhado o termo “seguro de vida infantil”. Na verdade, um seguro de vida, atualmente, vai muito além da cobertura por morte. A maioria deles possui cobertura de diárias em internações hospitalares e ressarcimento de despesas odontológicas. Há algumas apólices que preveem, inclusive, o resgate do valor aplicado.
Esse seguro resgatável se torna uma mistura de proteção financeira e investimento, uma vez que, após um período de carência, você pode retirar os valores já corrigidos! Todos esses recursos tornam esse produto bastante interessante para ser contratado pelos pais.
Se você não sabia como se planejar para ter filhos, eis duas ações extremamente estratégicas para oferecer um padrão de vida robusto a quem mais ama: seguro de vida e previdência privada.
Por falar nisso, a previdência privada infantil é barata e uma das formas mais inteligentes de ajudar seu filho a crescer com o “cofrinho cheio”. Isso ocorre por meio de um investimento sólido, com rentabilidade muito superior à da caderneta de poupança.
Com menos de R$ 50, você já consegue encontrar ótimos planos específicos para jovens — o que explica por que, já nos primeiros 6 meses de 2017, os planos individuais para menores consolidaram participação de 1,69% do total do segmento.
Neste artigo, você viu como se planejar para ter filhos, certo? E uma das formas de fazer isso é ter um fundo de emergência, como dissemos acima. Que tal se aprofundar especificamente nesta questão e descobrir tudo sobre uma reserva financeira? Boa leitura!