Parcelar o cartão de crédito: 9 dicas para evitar erros comuns
Publicado em: 02/10/20189 minsÚltima modificação em: 07/10/2022

Educação Financeira

Parcelar o cartão de crédito: 9 dicas para evitar erros comuns

Parcelar o cartão de crédito é sempre uma opção para muitos brasileiros. Para você ter uma noção, em julho de […]

Parcelar o cartão de crédito é sempre uma opção para muitos brasileiros. Para você ter uma noção, em julho de 2017, o Brasil atingiu o impressionante recorde de 40% de população adulta inadimplente.

Em época de alta na taxa do desemprego e de queda no poder de compra dos brasileiros, um dos grandes vilões da saúde financeira nacional atende pelo nome de rotativo do cartão de crédito.

Aliás, foi exatamente para colocar um limite nessa bola de neve que o Banco Central determinou novas regras para o pagamento mínimo, dando preferência ao parcelamento do cartão de crédito.

O rotativo é a linha de crédito mais cara (e perigosa) do mercado. E por mais que você possa até não conhecê-lo pelo nome, já deve ter usado esse recurso.

Quando recebemos a fatura e fazemos o pagamento só do valor mínimo, estamos usando essa espécie de empréstimo das operadoras e dos bancos, em que a cobrança de juros é altíssima.

Continue a leitura para entender o que mudou nas regras e como evitar erros comuns no parcelamento do cartão de crédito!

Parcelar o cartão de crédito: 9 dicas para evitar erros comuns

Novas regras do rotativo do cartão de crédito

Até 2017, para não ficar inadimplente, o consumidor deveria pagar pelo menos 15% da fatura do cartão na data de vencimento — esse é o tal do pagamento mínimo. O restante seria cobrado na próxima fatura, acrescido de juros mais que abusivos, que poderiam ultrapassar a marca de 20% ao mês.

Se o cliente resolvesse ficar permanentemente pagando apenas o mínimo, a sobreposição mensal desse percentual violento de juros poderia resultar, em poucos meses, na destruição completa de sua vida financeira.

Com a mudança da regra, o consumidor que não conseguir pagar sua fatura integral só pode optar por fazer esse pagamento mínimo (de 15%) no primeiro mês. Antes, esse procedimento poderia ser repetido indefinidamente. Agora, a partir do segundo mês, cabe ao banco oferecer uma alternativa de pagamento da fatura — normalmente um parcelamento.

Diferença entre pagamento mínimo e parcelamento

A princípio, pode até parecer igual, mas não é. No caso do parcelamento, você tem parcelas fixas, previamente conhecidas. Enquanto isso, no pagamento mínimo, o valor a ser quitado no mês seguinte é obscuro, sujeito aos critérios do banco — uma péssima ideia.

Outra diferença é que o parcelamento é uma linha de crédito um pouco menos cara do que o rotativo. Para você ter uma noção, em janeiro de 2017, enquanto a taxa do rotativo era de 450% ao ano, a modalidade de crédito parcelado estava na casa dos 150%.

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9 dicas para evitar problemas ao buscar o parcelamento

1. Não aceite a primeira proposta

De acordo com as novas regras, após 30 dias, o banco ou a operadora de cartão está livre para definir quais serão as propostas oferecidas a seus clientes para o parcelamento do cartão de crédito. Um inadimplente pode, assim, conseguir descontos volumosos ao arrastar longas negociações com as instituições.

Pensando nisso, pode ser interessante ligar para a central de atendimento do banco ou da operadora a fim de buscar uma negociação mais rápida e vantajosa, com o objetivo de conquistar as melhores condições de pagamento possíveis.

2. Analise todas as opções

Ainda relacionado à primeira dica, essa é a hora de você sentar e buscar o máximo de informações, conhecendo todas as opções que tem à disposição. Analise pontos-chave, como:

• o período de tempo cobrado para a renovação da dívida;
• o modo de parcelamento, se é fixo ou variável;
• os juros que incidirão no cálculo da negociação;
• a possibilidade de tomar um empréstimo para quitar a dívida.

Uma sugestão é fazer uma pesquisa de mercado antes de entrar em contato com o banco ou com a instituição financeira em questão para negociar as taxas de juros de empréstimos. Nesse sentido, a pesquisa serve para entender como determinadas instituições fazem a renegociação.

Por si só, essa ação pode trazer muitas vantagens. Pense bem: durante sua conversa com o gerente do banco, só de citar que o concorrente oferece empréstimos com melhores condições (desde que seja verdade), você já pode conseguir introduzir um certo medo da transferência da conta. Para evitar essa saída, o profissional pode oferecer descontos mais atrativos.

Outra boa dica é simular financiamentos de forma real, consultando prestações fixas e correção de valores com a calculadora do cidadão do Banco Central. Para usá-la, basta inserir os dados solicitados pelo banco e verificar a simulação!

3. Fique atento às novas regras de uso do rotativo

Como mencionamos, as novas regras determinam que o crédito rotativo do cartão pode ser usado por 30 dias. Após esse período, o cliente pode pagar integralmente o saldo devedor ou optar por contrair um empréstimo no banco com juros menores para o parcelamento da dívida.

Cada instituição pode oferecer diferentes formas de parcelamentos, que podem durar até o total de 24 meses. O que muda aqui são os juros, que são menores se comparados com o crédito rotativo. Mais uma vez, devemos ressaltar: o cliente não precisa aceitar a oferta logo de cara, podendo escolher negociar a melhor linha de crédito.

4. Evite acumular parcelamentos

O ideal é não voltar a usar o cartão até que todas as suas dívidas sejam quitadas. Se você já tinha um parcelamento no mês passado, ampliou seus débitos este mês com novas compras e continuará nesse ritmo daqui para frente, é bem provável que entre em um labirinto sem saída. Para evitar dores de cabeça, aposente o cartão até estar com seu limite integralmente restabelecido.

parcelar o cartão de crédito

5. Troque a dívida do cartão por um empréstimo

O fato da linha de crédito do parcelamento do cartão ser menos proibitiva não quer dizer que ela seja barata, viu? Em setembro de 2017, por exemplo, ela era simplesmente a quarta linha mais cara do mercado, atrás apenas do rotativo não regular (quando não há pagamento do mínimo), com 399,4% ao ano, do cheque especial, com 317,3% ao ano, e do rotativo regular (quando há pagamento mínimo), com 227,5% ao ano.

Nesse mesmo período, o juro médio do parcelamento do cartão de crédito esteve na casa dos 165,2% ao ano. Como estamos falando de 13,75% ao mês, em tese, não seria tão difícil encontrar um empréstimo pessoal com taxas menores que essa. Vale a pena fazer uma pesquisa, mas sempre com um bom planejamento para não se atolar em mais dívidas!

6. Olhe para valores além da parcela

É comum que quem tem uma dívida fique ansioso para pagá-la o quanto antes. Mas é preciso olhar para além do valor da parcela, procurando entender quanto você realmente vai pagar.

Além de preferir prestações fixas, que não aumentam ao longo do tempo, não se esqueça de verificar a taxa de juros. Conhecer esse valor é essencial para você conseguir calcular quanto vai desembolsar, organizando suas finanças de modo a não criar mais dívidas.

7. Pague o valor total da fatura sempre que possível

Muita gente tem a chance de se livrar das dívidas de forma definitiva em algumas ocasiões especiais, como no caso do recebimento do 13º salário, de uma comissão mais generosa ou do terço das férias, por exemplo.

Por pura desorganização, no entanto, a maioria acaba deixando essa oportunidade passar. Pois esse erro pode custar sua saúde financeira por longos anos.

Reorganize todas as suas contas e sistematize seu orçamento doméstico com foco no pagamento total da fatura. Vamos imaginar que você tenha 10 mil reais para pagar no cartão.

Se usa o rotativo no primeiro mês e, em seguida, faz o parcelamento do débito remanescente em 11 parcelas, sua carga de juros total vai ultrapassar facilmente os 3 mil. Perder esse montante em juros é se deixar empobrecer!

Se você conseguisse quitar o saldo devedor, poderia juntar esses mesmos 3 mil reais para fazer uma aplicação, contratando um plano de previdência privada para cuidar da sua aposentadoria, por exemplo, ou até mesmo contratando um seguro de vida para garantir a segurança e o bem-estar da família.

8. Tome o Custo Efetivo Total como base

O Custo Efetivo Total (CET) mostra o valor global que você terá de pagar, incluindo os juros, as taxas e os impostos. Se o foco está em apenas uma parte do valor, suas estimativas certamente ficarão desequilibradas — assim como sua vida financeira.

9. Mantenha a dívida dentro do que pode pagar

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Lembre-se de que o objetivo principal é se livrar da dívida inicial e não se afundar em uma nova. Um dos erros mais comuns de quem tenta negociar um débito é, na tentativa de limpar o nome no mercado, acabar assumindo um compromisso maior que o orçamento permite. Assim, falha em conseguir cumprir com os pagamentos.

Por isso, é muito importante fazer uma análise não só do valor das parcelas, mas também da quantidade de prestações. Coloque tudo na ponta do lápis e traga uma visão realista sobre suas condições financeiras. Afinal, você não quer fazer uma dívida sem pagar outra, não é mesmo?

Nenhuma das opções oferecidas pelo banco ou pela financeira se ajustam às condições que você tem atualmente para conseguir pagar? Tente negociar ao máximo ou procure a ajuda de um órgão independente, como o Procon.

Neste post, você percebeu que, independentemente das restrições no rotativo, o parcelamento do cartão de crédito também exige alguns cuidados — até porque sua taxa de juros também é excessivamente elevada. E agora que você sabe mais sobre o assunto, já pode usar as vantagens que o cartão oferece, sem cair em armadilhas financeiras!

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