Responda com sinceridade: você sabe exatamente o que é crédito privado? Trata-se de uma modalidade de investimentos que pode ser bastante interessante para diversificar sua carteira.
E então, quer entender melhor o assunto? Continue a leitura!
Afinal, o que é crédito privado?
É importante entender que há dois tipos de títulos disponíveis no mercado para os investidores: os públicos e os privados. Os títulos públicos são emitidos pelo Governo e remuneram o investidor com base na Selic ou no IPCA, de modo pós ou pré-fixado.
Já os títulos privados, como o próprio nome sugere, são emitidos por empresas privadas. Normalmente, eles são divididos entre títulos bancários, emitidos por instituições financeiras, e títulos de crédito privado, emitidos por empresas de outros segmentos.
No primeiro caso, temos como exemplo o CDB, produto já bastante conhecido dos brasileiros. Já do lado do crédito privado, há as debêntures, que são negociadas na bolsa.
Os produtos ligados ao crédito privado surgiram a partir da necessidade de grandes empresas se capitalizarem ou anteciparem recebíveis, sem necessariamente ter de recorrer às linhas de crédito bancário ou promover alterações em seu quadro societário.
Quando compramos uma debênture, por exemplo, injetamos capital em uma empresa para que ela possa investir em seus processos produtivos, crescer e pagar os valores de volta acrescidos de uma remuneração.
Quais são os fundos de crédito privado?
Como veremos mais para a frente, os títulos de crédito privado trouxeram uma combinação única de elementos que pode ser muito interessante para o investidor, desde que ele tenha o perfil correto para esse tipo de aplicação.
Com isso, surgiram os chamados fundos de crédito privado, em que o investidor se junta a outros com o mesmo perfil e adquire uma participação em um fundo gerido por um especialista.
Geralmente, esses fundos compram diferentes tipos de papéis de grandes empresas e até mesmo do Governo. E, desde que não ultrapasse 49% do patrimônio líquido do fundo, o gestor também pode comprar títulos públicos para integrar a carteira.
Quais são as vantagens e desvantagens?
Os fundos de crédito privado oferecem três grandes vantagens relativas para o investidor. A primeira é que os rendimentos costumam ser mais altos do que as aplicações do Tesouro Público.
A segunda é que o risco é bem mais baixo do que o investimento em ações. Por último, a terceira grande vantagem é a isenção do imposto de renda, que vale para alguns casos específicos.
Como desvantagens, podemos dizer que o crédito privado não conta com a proteção do Fundo Garantidor de Crédito, o que significa dizer que depende do equilíbrio econômico e financeiro das empresas. Por fim, o investimento inicial tende a ser um pouco mais elevado, o que faz com que perca alguns pontos em acessibilidade.
Quem deve investir no crédito privado?
Como mencionamos, o risco do crédito privado é menor do que investir na bolsa, enquanto a sua remuneração é melhor do que a de um investimento no Tesouro. Isso faz com que a modalidade seja ideal para quem tem um perfil de investidor moderado ou, então, para quem se vê no meio do caminho entre conservador e moderado.
O mesmo vale para quem busca migrar entre esses dois perfis. Por fim, não poderíamos deixar de dizer que fundos de crédito privado também são uma ótima pedida para diversificar a sua carteira de investimentos.
Quando investir em crédito privado?
É importante notar que o investimento em títulos de crédito privado nos torna credores de instituições financeiras ou empresas privadas de outros setores. Assim, o momento econômico vivido pelo país e pelo mundo também influencia bastante no risco e na rentabilidade da aplicação.
Você preferiria emprestar dinheiro para uma empresa que está tendo dificuldade em fechar as contas por falta de clientes ou para uma empresa que não está conseguindo crescer no mesmo ritmo da demanda?
Quando a economia do país está aquecida, a probabilidade de encontrar empresas do segundo tipo é maior. Se somarmos a recuperação da economia brasileira com ferramentas importantes de ratings, já podemos considerar que o crédito privado tem tudo para ser uma tendência no nosso mercado.
Qual aplicação mais combina com cada perfil?
Não poderíamos encerrar este artigo sem separar as opções de crédito privado disponíveis no mercado para que você possa analisar cada uma delas e descobrir a que combina melhor com o seu perfil. Veja!
CDB
Aqui, emprestamos dinheiro para uma instituição financeira para que ela possa financiar as suas operações. Com a chegada do prazo pactuado, o investidor recebe todo o montante acrescido de uma remuneração e, em alguns casos, da correção da inflação. A rentabilidade costuma ser um pouco menor nos grandes bancos, mas também há uma segurança maior.
Debênture
Debênture é o nome genérico que damos aos papéis negociados entre uma empresa e investidores externos. Portanto, se estamos falando de uma organização de fora do setor bancário e não acobertada por nenhuma prerrogativa especial, chamamos esses títulos de dívida de debênture.
CRA e CRI
Para obter um rating maior, as empresas podem emitir títulos com base em recebíveis, de modo a adiantar o recebimento de valores. É o que o mercado financeiro chama de securitização.
Quando essa securitização ocorre no setor agrícola ou imobiliário, recebe ainda um incentivo do Estado: a isenção de imposto de renda. É o caso dos Certificados de Recebíveis Imobiliários e Agrícolas (CRIs e CRAs).
FIDC
O Fundo de Investimento em Direitos Creditórios é a denominação que damos a todas as outras debêntures, oferecidas por empresas de setores além do bancário, imobiliário e agrícola — ou seja, não abrangidos pela proteção do FGC ou pela isenção de imposto de renda.
Para que você possa realmente entender o que é crédito privado, não poderíamos terminar o texto sem lembrá-lo de que os fundos são avaliados por agências de risco, que atribuem a cada um uma nota indicando a qualidade das garantias dos títulos. Portanto, sempre escolha uma instituição financeira confiável e confira o rating do fundo antes de assinar.
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