Guia do mercado financeiro para iniciantes. Por onde começar?

logo mag seguros Por MAG Seguros
ícone de relógio indicando o tempo de leitura​ 12 min de Leitura
ícone de calendário indicando a data da publicação​ Criado em 02/06/2021 | Atualizado em 04/02/2023

Os últimos movimentos da economia brasileira têm fortes reflexos no mercado financeiro para iniciantes e até para os mais experientes. Além disso, eles têm provocado reflexos profundos na cultura nacional.

Algumas variáveis, como as restrições promovidas na aposentadoria pública, bem como a queda vertiginosa dos juros do país (que tornou o rendimento líquido da caderneta de poupança próximo a zero) e a crise desencadeada pelo novo coronavírus despertaram milhões de brasileiros para a necessidade de conhecer o mundo das aplicações e aprender a investir — ainda que a economia em 2021 apresente problemas.

Mas onde buscar conhecimento sobre o mercado financeiro para iniciantes? Como e por onde começar? O que deve ser avaliado na hora de montar uma carteira de investimentos? São respostas para perguntas como essas que você confere agora por meio do nosso passo a passo!

Guia do mercado financeiro para iniciantes

Nos próximos tópicos, você saberá desde o que é exatamente o mercado financeiro, os motivos de começar a investir, por onde começar e ao que deve dar atenção antes de entrar no mundo dos investimentos. Confira!

Saiba tudo sobre o mercado financeiro para iniciantes

Como funciona o mercado financeiro?

Muito se fala do mercado financeiro e da sua importância, mas pouco se reflete sobre o que ele realmente é e como ele funciona na prática. Mas entendê-lo, ainda que de forma geral, deve ser visto como o primeiro passo para investir com mais confiança e segurança.

Em poucas palavras, o mercado financeiro pode ser entendido como o ambiente em que são negociados ativos como valores mobiliários (ações e títulos, por exemplo), moedas estrangeiras e commodities (como soja e ouro, entre outros).

A grande vantagem da existência dele é oferecer um ambiente supervisionado para que essas operações aconteçam, dando respaldo a todas as partes envolvidas. De forma resumida, as transações no mercado financeiro acontecem a partir da relação entre investidores e tomadores.

De um lado, os investidores são aqueles que têm dinheiro disponível em mãos e querem ver esses valores se multiplicar. Do outro, temos os tomadores, que são pessoas, empresas ou mesmo governos interessados em captar recursos para pagar dívidas ou mesmo expandir seus negócios.

Ao ceder seu dinheiro para o tomador, o investidor recebe a promessa de receber as quantias de volta acrescidas de juros, que podem ou não ser previamente combinadas. No geral, essa conexão é feita por meio de diferentes aplicações financeiras disponíveis no mercado.

Assim, o mercado financeiro tem uma função essencial na economia de qualquer país, permitindo que o fluxo de capitais aconteça de forma saudável e organizada, contribuindo com o desenvolvimento econômico.

Por que começar a investir?

As recentes mudanças etárias e demográficas na população brasileira impuseram alterações radicais na forma de enxergar o papel do Estado na vida das pessoas.

Com taxas de fecundidade cada vez menores e aumento crescente no contingente de idosos no país, o modelo atual de aposentadoria pública, pensões e outros incentivos governamentais começa a se esvair à medida que a População Economicamente Ativa (PEA) se torna cada vez menor.

A título de curiosidade, em 1960, a taxa de fecundidade brasileira era de 6 filhos por mulher; atualmente, chega a 1,7. Ao mesmo tempo, a expectativa de vida nacional saiu de 45,5 anos, em 1940, para 75,8 anos, em 2016.

Diante desse quadro, em que cada vez menos jovens contribuem para a provisão de uma quantidade cada vez maior de idosos, é natural que haja uma limitação no chamado “Estado de Bem-Estar Social”. Isso tem relação direta com o aumento da procura de temas como “mercado financeiro para iniciantes”.

A escassez de apoio do governo e o marasmo da poupança fazem uma drástica mudança de mentalidade nacional (até então refém do prazer imediato e do baixo hábito de poupar). Nas próximas décadas, é muito provável que cada brasileiro se torne o único responsável pelo seu próprio sustento na terceira idade.

Se isso de fato ocorrer, reflita: você terá recursos acumulados para prover seu sustento na velhice? Como dar conta dos custos com planos de saúde, medicamentos e qualidade de vida sem ter acesso a uma boa aposentadoria e, pior, sem ter feito qualquer investimento na juventude?

É por isso que, apenas no terceiro trimestre de 2019, as novas contribuições em planos de previdência privada cresceram 35,4%. O Brasil despertou para a urgência em investir.

Onde investir?

Investimento não é commodity, ou seja, não existem produtos financeiros padronizados que surtem os mesmos resultados para todos.

Cada perfil de investidor reflete um nível de tolerância ao risco, conhecimento de mercado, capital disponível para investimento, volume de reserva de emergência, objetivos, entre outros fatores que norteiam a formação de uma boa carteira.

Assim, de início, se você está interessado em temas como “mercado financeiro para iniciantes”, já podemos adiantar que o segredo do investidor de sucesso é conhecer bem o mercado e, mais do que isso, a si mesmo. Tomando as palavras do filósofo e estrategista militar chinês Sun Tzu, em A arte da guerra:

“Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece, mas não conhece o inimigo, para cada vitória ganha sofrerá também uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas.”

No mundo dos investimentos, essa reflexão cai como uma luva. É a partir do conhecimento de si que você encontrará as oportunidades alinhadas aos seus objetivos (e não o contrário).

Além dessa premissa, investir passa por regularidade, paciência e planejamento, tríade fundamental para se adaptar à lógica de renunciar no presente para colher no futuro. Essa transição de “chave” exige tempo, além da perseguição aos passos que você verá abaixo.

Qual é o melhor tipo de investimento para iniciantes?

Veja o guia completo do mercado financeiro para iniciantes

Diante de todas as circunstâncias, é impossível apontar um investimento infalível, inclusive para quem está dando os primeiros passos no mercado financeiro e quer ver seu dinheiro render.

De todo modo, mesmo quem está começando deve priorizar a diversificação de aplicações na hora de escolher onde aplicar. Ou seja, isso passa por seguir a velha recomendação de não colocar todos os ovos na mesma cesta e minimizar os riscos caso algum dos investimentos apresente problemas.

Além disso, quanto antes você começar melhor. Isso não dá apenas mais tempo para conhecer todos os macetes, como também permite que você faça tudo com mais calma e planejamento.

Essa recomendação vale, por exemplo, para os planos de previdência privada, que possibilitam ao investidor poupar e investir visando garantir uma fonte de renda para quando chegar a hora de parar de trabalhar.

Além de permitir uma aposentadoria mais tranquila e com um padrão de vida mais próximo daquele conquistado ao longo da carreira, quem conta com uma previdência privada está resguardado diante das constantes reformas da previdência. Sem contar que terá como complementar os valores recebidos por meio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que são limitados por um teto não muito alto.

Outro benefício imediato envolve algumas isenções tributárias, já que, em alguns planos, os aportes feitos podem ser abatidos na declaração de Imposto de Renda (IR). Para obter essa vantagem, é preciso fazer sempre a declaração de forma completa.

Passo a passo para a formação de um investidor de sucesso

Não importa se você ainda está tateando as primeiras informações sobre mercado financeiro para iniciantes. Luiz Barsi, maior bilionário da Bolsa de Valores brasileira, começou no mercado com alguns trocados colhidos no tempo em que trabalhou como engraxate em São Paulo.

Embora não haja uma fórmula exata, os mais bem-sucedidos costumam seguir as recomendações abaixo como verdadeiras mantras, mas sempre ajustando aspectos às suas necessidades e características particulares.

1. Conheça as opções de investimento

Se você gosta de acompanhar notícias do mercado financeiro, já deve ter ouvido que a caderneta de poupança é o investimento mais seguro do mercado. Mas já se perguntou por quê?

A poupança é considerada de baixo risco simplesmente porque conta com o amparo do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Trata-se da entidade que assegura ressarcimento do capital investido em caso de falência da instituição financeira (até R$ 250 mil por CPF e por banco).

A questão é que esse mesmo benefício também alcança ativos de renda fixa muito mais rentáveis, como CDB (Certificado de Depósito Bancário), LCI/LCA (Letras de Crédito Imobiliário e Agropecuário) e Letras de Câmbio.

Investir em renda fixa costuma ser interessante exatamente por conta dessa proteção, que é a mesma de muitos investimentos que nem todos conhecem.

Outra questão que quem está estudando o mercado financeiro para iniciantes precisa saber é que existem estratégias de manejo de risco que permitem investir em ativos mais arrojados, como ações. Um fundo de ações, por exemplo, oferece balanceamento da carteira (diluição dos riscos com ativos de menor volatilidade), além de gestão profissional.

Na verdade, o mercado nacional é tão vasto que é possível aplicar até mesmo em ações de gigantes internacionais, como Apple, Coca-Cola e Nike, daqui mesmo do Brasil, sem abrir conta no exterior. É preciso conhecer o mercado.

2. Descubra qual seu perfil de investidor

Conforme explicado acima, perfil de investidor é muito mais do que tolerância ao risco. Passa por fatores como nível de conhecimento do mercado, objetivos, prazos, capital disponível e muito mais.

O ideal é contar com gestores de recursos com expertise em assessoria financeira, os quais serão capazes de cruzar as variáveis de seu perfil com as oportunidades do momento.

3. Entenda seus objetivos

Se seu alvo é pagar os estudos dos filhos no exterior, investir em fundos cambiais pode ser uma alternativa interessante para se proteger da variação do dólar.

Por outro lado, se você precisa conciliar controle de riscos com retornos mais audaciosos, fundos multimercados aparecem como opções a serem estudadas. Não existe investimento ideal: o investimento perfeito é aquele que se adequa ao seu propósito.

4. Comece simulando investimentos

Em 2019, quase 90% dos planos de previdência privada bateram o Certificado de Depósito Interbancário, o CDI. Esse índice é sempre muito próximo ao Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (taxa Selic) e acompanha a remuneração de outros investimentos de baixo risco, como o CDB.

Por isso, antes de começar a investir, é essencial analisar todos os produtos financeiros disponíveis e simular sua rentabilidade dentro do prazo de interesse.

5. Aprenda a jogar com o risco a seu favor

O problema de um investimento não está no risco, mas sim na falta de gerenciamento dele. Risco é inerente a qualquer movimento ocorrido no mercado. Logo, mesmo as aplicações mais seguras do mercado precisam lidar com algum nível de risco.

Vamos lembrar, a título de exemplo, que o FGC só assegura ressarcimento de até R$ 250 mil por CPF (e por banco). Ou seja, se você tiver R$ 500 mil em poupança e o banco falir, adivinha o que vai ocorrer com os outros R$ 250 mil? Risco existe em todo lugar.

Em última análise, até mesmo a manutenção do dinheiro em colchões (como se fazia antigamente) traz riscos (de assaltos, de deteriorações por enchente etc.).

Quem está estudando o mercado financeiro para iniciantes precisa ter em mente que o risco costuma ser diretamente proporcional ao potencial de ganho. E que a diluição dessa incerteza se faz com um bom balanceamento da carteira (jamais aplicando todo o capital em um único ativo).

6. Não abra mão do planejamento financeiro

A palavra-chave aqui é resiliência. Se você montou um planejamento, é preciso segui-lo, sem se deixar ceder por ímpetos emocionais fora dos estudos realizados. Até porque boa parte dos erros na hora de investir tem relação com o improviso de impulso.

A mesma rigidez “militar” deve se aplicar à sua capacidade de poupança. Se, em seu orçamento doméstico, foi definido que 30% de seus recursos serão destinados a reservas/investimentos, esse percentual deve ser alcançado, ainda que isso custe renúncias de outras despesas.

Fazer investimentos não é questão de opção: é obrigação em uma era em que se torna necessário conhecer as oportunidades de mercado e ser o senhor de seu próprio destino. Coloque nossas dicas de mercado financeiro para iniciantes em prática, continue estudando suas possibilidades de investimento e garanta um futuro tranquilo para você e seus familiares.

Está começando no mercado financeiro e quer continuar aprendendo? Então, entenda qual é a diferença entre tesouro direto e renda fixa e saiba quando escolher cada uma dessas opções.

consultoria 2