Economia 2023: quais as expectativas para o novo ano

Em inícios de ano, as pessoas começam a fazer projeções em relação a diversos assuntos. No caso da economia 2023, com as mudanças no governo após eleições, há ainda mais expectativas sobre o rumo das coisas.

Inteirar-se sobre as questões econômicas é importante para tomadas de decisão, e isso vale para países, cidades, empresas e pessoas. Entender os movimentos do mercado e tendências de negócios pode ajudar em escolhas pessoais e profissionais de curto, médio e longo prazo.

Leia nosso artigo e veja quais são as expectativas para a economia do Brasil em 2023. Fique por dentro dos fatores que influenciam esse setor e quais são as previsões de cenário!

Novo governo à vista

O Partido dos Trabalhadores (PT) está de volta à liderança do país, depois de seis anos fora do governo, período no qual Michel Temer (MDB) e depois Jair Messias Bolsonaro (PL) ocuparam o cargo.

Luiz Inácio Lula da Silva assume a presidência em um período considerado desafiador por especialistas: incerteza sobre inflação e recuperação menor de emprego, em termos internos, e Guerra da Ucrânia e baixo desenvolvimento da economia global, em termos externos.

Durante a mudança de gestão, novos ministros são designados. Há uma reformulação na política atual, baseada em novas medidas, em novos projetos. O novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já anunciou algumas mudanças que refletirão na economia em 2023, como veremos a seguir.

Uma característica relevante dessa transição foi a polarização que marcou a campanha eleitoral e que permanece no novo governo, ou seja, há indícios de que haverá oposição acirrada, o que pode restringir a governabilidade.

Plano de voo

No intuito de impulsionar a economia do Brasil em 2023, o ministro da Fazenda já desenvolveu algumas medidas, às quais chamou de “plano de voo”.

Ele deverá oferecer certa tranquilidade ao mercado atual. O mercado, naturalmente, cobra do novo governo um posicionamento mais claro.

A equipe responsável pela economia retomará, em março, a cobrança de impostos federais sobre etanol e gasolina. Com essa medida, a pasta pretende melhorar a arrecadação e reduzir o rombo das contas públicas.

Porém, o presidente Lula isentou, até 28 de fevereiro, os tributos federais, como Cide e PIS/Cofins, o que vai de encontro às pretensões do Ministério da Fazenda.

O ministro ainda discute com a equipe uma nova âncora fiscal que vai substituir o teto de gastos. Ela vai ser divulgada até abril. A âncora fiscal é uma das maiores preocupações do mercado.

Movimentos do mercado

Os últimos dados mostram um movimento gradual no ciclo de alta da taxa Selic, que começou em março de 2021 e encerrou em 2022 com a taxa em 13,75%. O índice de atividade econômica do Banco Central do Brasil (IBC-BR) sofreu uma queda em outubro de 2022.

Três fatores geram incertezas no mercado brasileiro: crise internacional, taxas de juros elevadas no mercado interno e cenário preocupante por causa das medidas que serão aplicadas pelo novo governo.

Aconteceu, assim, uma diminuição nas expectativas de investimento das empresas no setor industrial. Sem compreender bem os fatos, as empresas sentem que não estão seguindo o melhor caminho.

Vale lembrar que os mesmos movimentos que contribuem para que os preços caiam também ajudam no controle da inflação brasileira. Esses movimentos são os que já citamos acima, como o enfraquecimento do comércio e os juros elevados. Embora a inflação siga perdendo força, os riscos fiscais representam um desafio.

Tendências de negócios no cenário da economia 2023

As tendências de negócios referem-se a mudanças de paradigmas que apresentam muita probabilidade de ocorrer.

Apesar de não mostrarem um ponto fixo, bem determinado, convém acompanhar as tendências, porque elas indicam um provável direcionamento de negócios:

Mercado saudável

A demanda por uma qualidade de vida melhor é uma tendência que, provavelmente, permanecerá durante 2023. De 2017 até 2022, o crescimento do setor foi de 3% ao ano, conforme a Euromonitor International.

Economia colaborativa

Na verdade, a economia colaborativa já faz parte do cotidiano da sociedade, incluindo o seu. Veja alguns exemplos: aplicativos de transporte de passageiros, financiamento coletivo, compartilhamento de cômodos, geração compartilhada de energia solar e muitos outros.

A partir da economia colaborativa, é possível evitar desperdícios e, assim, diminuir gastos. A proposta é desenvolver gastos inteligentes ao lado da economia de recursos (espaço, dinheiro, tempo).

São soluções que, em dez anos, gerariam mais de US$ 300 bilhões, segundo previsão da PwC feita em 2016 para 2025.

Produtos artesanais

Outra tendência de negócios é a dos produtos artesanais. A demanda por itens personalizados é uma tendência, e o artesanato satisfaz essa busca.

Entre esses itens, podemos citar sabonetes, queijos, cervejas, roupas, perfumes, móveis, artigos de decoração, brinquedos. Alguns desses produtos podem ser mais baratos que os produtos industrializados; outros itens, no entanto, podem custar mais caro.

Aplicativos e tecnologia disruptiva

Certos aplicativos romperam com paradigmas. É o caso da Netflix, do Nubank, do Uber, do Spotify e do Airbnb. Todos se classificam como tecnologia disruptiva, inovando a forma como as coisas são usadas.

Outros exemplos que causam impacto direto no mercado são os chatbots, o blockchain e a busca por voz. Nesse contexto, investir em estratégias de tecnologia disruptiva para sair na frente de outras empresas é uma boa ideia.

Home office

O teletrabalho também é uma tendência para a economia do Brasil em 2023. É uma forma flexível de trabalho que funcionou durante a pandemia de Covid-19 e continua em alta, já que representa um avanço da tecnologia digital.

Quando o funcionário fica satisfeito com a forma de trabalho, isso contribui para que ele aumente a produtividade e se engaje mais na empresa.

Mercado de segurança digital

Outro setor relevante que é o de segurança digital. A partir da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) em 2018, esse é um assunto muito discutido no meio corporativo.

Existe a necessidade de documentar todas as tarefas, bem como manter a transparência em relação ao uso de dados. Essa adaptação, que deve ser feita por empresas de todos os setores e naturezas, demanda muito e agiliza o crescimento do mercado de segurança de dados.

Assinaturas

Em 2023, a tendência é que os serviços de assinaturas aumentem exponencialmente. É um modelo de negócio interessante, pois assegura o fluxo de caixa e facilita a realização de investimentos e a solicitação privilegiada de créditos.

Felizmente, sempre aparecem ideias novas para esse modelo. Já existem serviços de assinatura de todo tipo, como vinhos, livros, bonecos de pelúcia, artigos retrô, quadros e assim por diante.

É um tipo de serviço que é válido também para serviços digitais e infoprodutos, como Spotify e Crunchyroll.

Microfranquias

Diante da crise financeira, as microfranquias representam uma solução atrativa. Como outros modelos de negócio, elas também oferecem riscos. Mas esses riscos tendem a ser menores que os riscos que envolvem um empreendimento que começa do zero. Isso acontece porque as franquias já oferecem modelos prontos e escaláveis para o empreendedor.

De acordo com o relatório da Rizzo Franchise, a taxa de fechamento de franquias no primeiro ano é somente de 3%. Entre pequenos negócios, atinge um percentual de 23%.

No modelo micro, a franquia tem ainda a vantagem de requerer investimento mais baixo. Dessa forma, o empreendedor corre menos riscos de ter prejuízos.

Comportamento do consumidor interfere na economia 2023

O comportamento do consumidor é outro tema relevante quando se trata de pensar em projeções para a economia 2023. Vamos ver o que tem sido discutido sobre isso:

Mercado de Experiência Única ao Usuário

A experiência é um dos temas mais recorrentes nas pautas corporativas em todo o mundo. Afinal, cliente que usufrui de boa experiência com a marca pode se fidelizar e se tornar um divulgador do nome da empresa.

É uma preocupação que busca inovações constantes. Atualmente, o consumidor não compra somente produtos, ele compra experiências.

O processo de venda começa bem antes que o negócio seja fechado. O relacionamento entre cliente e empresa não termina após a venda se concretizar.

Nesse sentido, a comunicação nas redes sociais, o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC), a produção regular de conteúdo, o suporte, a atenção no pós-venda e outros fatores influenciam a imagem do negócio.

Consumo online

O comércio eletrônico continua em crescimento, com elevado faturamento por ano. E, felizmente, existe espaço para que o e-commerce se mantenha em crescimento.

É uma consequência natural, já que o público prioriza a praticidade que a internet oferece, comprando e recebendo em casa, sem a necessidade de se deslocar até uma loja física. Até o pagamento pode ser feito online, bem como o atendimento ao cliente.

Vendas omnichannel

As empresas precisam se reinventar para melhorar a qualidade do atendimento ao público. Aquelas que investem no atendimento multicanal integrado (omnichannel) têm mais chances de se destacar.

Desse modo, há as vendas e o suporte pós-venda por meio de site, redes sociais, marketplace, aplicativo da loja, telefone, WhatsApp e outros canais de comunicação.

Consumo sustentável

O público consumidor tem atualmente uma elevada consciência ambiental e, consequentemente, torna-se mais exigente em relação à origem dos produtos que consome. Além disso, os consumidores valorizam mais as empresas que contribuem para a preservação do meio ambiente.

Produtos para alimentação salutar

O consumidor tem tido preocupação crescente com a longevidade, a saúde, a estética corporal. Nesse sentido, ele procura substituir alimentos gordurosos, com alto teor de açúcar e com baixo valor nutritivo por soluções mais salutares.

Enfim, a economia em 2023 está condicionada a diversos fatores, incluindo questões externas, como a Guerra da Ucrânia, e internas, como a mudança no governo.

Como ocorrências políticas, sociais, ambientais, entre outras, podem afetar a economia de um país, é importante se atualizar periodicamente em portais de notícia, newsletters e outras fontes confiáveis.

Quando falamos em economia, os investimentos são importantes. Saiba mais agora sobre os investimentos sustentáveis: veja o que são e como investir neles!