Mudanças no Tesouro Direto: fique por dentro!

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ícone de calendário indicando a data da publicação​ Criado em 29/05/2019 | Atualizado em 10/10/2022

Você está por dentro das mudanças no Tesouro Direto, ocorridas nos últimos anos? Os títulos públicos já estiveram entre os investimentos de melhor retorno do país, em uma época na qual os juros nacionais estavam entre os maiores do mundo e a economia brasileira girava em ritmo forte.

Mas o cenário econômico agora é outro. A reforma da previdência tem feito com que muitos investidores migrem para a previdência privada, a Ibovespa vem acenando boas perspectivas para a renda variável e os juros estão em queda (tornando o Tesouro Selic pouco interessante).

Por isso, foi necessário mudar algumas regras no Tesouro para manter a atratividade do investimento.

Se você não está por dentro das mudanças no Tesouro Direto, ou não sabe ao certo como funcionam esses títulos públicos, chegou a hora de sanar todas as suas dúvidas sobre o tema. Acompanhe o nosso artigo!

O que é Tesouro Direto?

mudanças no tesouro direto

Apesar das muitas mudanças no Tesouro Direto, a essência do investimento continua a mesma. O Tesouro é um programa de negociação de títulos públicos a pessoas físicas por meio da internet, implementado em 2002. Ele se tornou o queridinho do brasileiro — ameaçando, inclusive, a hegemonia da caderneta de poupança.

Fruto de uma parceria entre o Tesouro Nacional e a B3 (antiga BM&FBovespa), o programa tem o objetivo de capitalizar o governo para financiamento de suas atividades estruturais.

Na prática, o governo emite títulos no mercado e os investidores os compram, sendo remunerados ao final do prazo acordado mediante juros (pré ou pós-fixados, a depender do ativo).

É como se o investidor emprestasse dinheiro ao governo. Este último tem plena liberdade para emitir papel-moeda em caso de crise, por isso a inadimplência (risco de crédito) é uma possibilidade quase nula. Assim, o investimento em Tesouro Direto está entre os de menor risco do mercado.

Quais são os principais títulos do Tesouro Direto?

As mudanças no Tesouro Direto simplificaram nomes, melhoraram a forma de cálculo e deram ainda mais liquidez para esses títulos públicos. Se você entrar agora no site do Tesouro Nacional, encontrará, basicamente, os tipos de títulos do Tesouro Direto descritos abaixo.

Tesouro Prefixado

Ideal para momentos de juros baixos, esse ativo tem taxa fixa de rentabilidade, com percentual já conhecido no momento da compra. Você pode negociar Tesouro Prefixado (pagamento de juros no vencimento) ou Tesouro Prefixado com Juros Semestrais (pagamento de juros a cada 6 meses).

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Tesouro Selic

Título pós-fixado e diretamente atrelado à variação da taxa Selic (quanto maior for a Selic, maior será a rentabilidade). Considerando que já tivemos períodos com Selic acima de 14%, imagine quantos brasileiros multiplicaram seu patrimônio na última década apenas investindo nesses papéis?

Como a Selic apresenta baixa volatilidade (patamar é estimado a cada 45 dias), esse investimento passa a ser ideal para quem pensa no curto prazo.

Tesouro IPCA+

Trata-se de um título híbrido atrelado à inflação. A rentabilidade do Tesouro IPCA+ é constituída por uma parte prefixada e outra pós-fixada, na variação da inflação medida pelo IPCA.

Como você sempre vai receber a variação da inflação, além de um pequeno percentual prefixado, podemos deduzir que esse título é o único do Tesouro Direto que garante ganho real (rentabilidade líquida sempre acima da inflação).

Você pode escolher entre o Tesouro IPCA+ (que paga juros apenas no vencimento) e o Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais (que paga juros a cada 6 meses).

Qual foi a principal mudança no Tesouro Direto 2019?

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Com a Selic estagnada em 6,5% ao ano, os títulos do Tesouro Direto atrelados à taxa básica de juros (Tesouro Selic) perderam atratividade, superados no curto prazo até mesmo pela caderneta de poupança — que, atualmente, rende em torno de 4,55% ao ano.

Levando em conta que o Tesouro concorre diretamente com a caderneta na preferência dos investidores de curto prazo (pela alta liquidez), não demorou muito para que a visível fuga de investidores começasse a preocupar o governo.

Surgiu então a ordem de mudança no Tesouro Direto 2019, que recaiu sobre as regras de remuneração do Tesouro Selic (LFT): a partir de abril, o spread (diferença entre a taxa de investimento e a taxa de resgate) dos títulos indexados à Selic caiu de 0,04% para 0,01%.

A alteração ocorreu porque a antiga diferença negativa entre a taxa de compra e a de venda (somada ao IR e à taxa de custódia da B3, atualmente em 0,25%) fazia com que o investidor que vendia seus papéis em até 6 meses acabasse tendo custos totais que tornavam a caderneta de poupança mais interessante.

A mudança provoca um aumento da rentabilidade líquida no Tesouro Selic, o que deve voltar a atrair investidores de curto prazo — já que esses títulos públicos passam a ter vantagem sobre a poupança desde o primeiro mês de aplicação.

Quais outras mudanças no Tesouro Direto foram feitas nos últimos anos?

Vale a pena lembrar que o spread na relação compra/venda não é a primeira mudança no Tesouro Direto.

Nos últimos anos, uma das alterações mais marcantes foi a atualização das nomenclaturas dos ativos (em 2015), quando os títulos passaram a ter em seu “nome e sobrenome”, nessa ordem, o tipo de rentabilidade, o fluxo de remuneração e a data de vencimento (“Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035”, por exemplo).

Outra modificação, implementada também em 2015, foi a garantia de recompra diária pelo próprio Tesouro Nacional. Isso acontece todos os dias úteis, das 18h às 5h.

Com isso, a ordem de venda emitida nesses horários passou a ser processada no dia útil posterior (D+1) e, em menos de 3 dias, o capital resgatado já estaria na conta do investidor. Essa grande lista de mudanças no Tesouro Direto explica por que o programa já chegou à incrível marca de 3 milhões de investidores.

Quais são os principais riscos do Tesouro Direto?

Qualquer investimento tem 5 tipos de riscos:

• risco de crédito (inadimplência);

• risco de liquidez;

• risco operacional (erro no processamento das ordens);

• risco legal (compra de títulos com agentes não autorizados);

• risco de mercado (título não render o esperado).

O risco de crédito do Tesouro é ínfimo; a recompra é diária; a tecnologia atual torna as falhas de processamento incomuns; a lista das instituições financeiras habilitadas para negociar os títulos do Tesouro Direto está exposta neste link. Portanto, o risco mais plausível que um investidor pode ter é seu título não render o esperado (risco de mercado).

Esse perigo pode ser minimizado — ou eliminado — de acordo com as estratégias traçadas, o respeito ao prazo de vencimento e a projeção do cenário econômico futuro.

Como começar a investir no Tesouro Direto?

Para investir no Tesouro Direto, basta ter uma conta bancária aberta (para receber os resgates) e abrir uma conta em uma instituição financeira (banco ou corretora) habilitada para intermediar a compra e venda desses títulos públicos.

Bom, por hoje é isso! E você, acha que dessas mudanças no Tesouro Direto (do spread) tende a aumentar o volume de investidores no Tesouro Direto? Você já investe nesses títulos? Que tal compartilhar este post nas redes sociais e começar uma conversa com seus contatos?

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